Projeto foi votado em regime de urgência (Foto: Valdivan Veloso/G1)
A Câmara Municipal de Montes Claros aprovou na tarde desta quinta-feira (5) o Projeto de Lei que autoriza o município fazer um empréstimo no valor de US$ 80 milhões (cerca de R$ 300 milhões) junto ao Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). 13 vereadores votaram a favor do projeto, apenas sete votaram contra. Os vereadores Eduardo Madureira (PT) e Dr. Silveira (PTN) não compareceram.
O projeto aponta que o dinheiro será gasto em obras de mobilidade urbana. Argumento que o vereador Rodrigo Cadeirante (REDE) discorda. Ele afirma que o projeto não mostra claramente quais obras serão realizadas com o dinheiro.
“É um projeto de duas páginas e necessitaria de informações complementares. Ele chegou há apenas oito dias aqui e ainda passou por duas comissões, sobrando menos tempo ainda para que os vereadores avaliassem a proposta. Nele não aponta com o dinheiro será empregado”, explica.
Outro que também é contra a autorização é o vereador André Ricardo (PV). “Esta votação em regime de urgência é vazia. Não há fundamento de análise neste projeto. Serão US$ 80 milhões para serem pagos por seis administrações”, argumenta.
Valcir Soares (PTB) é favorável ao projeto e defende que o dinheiro pode propiciar o desenvolvimento da cidade, sobretudo no trânsito. “Montes Claros é a capital do Norte e Minas com cerca de 500 mil habitantes e uma frota de automóveis crescente. Então precisamos de investimentos em mobilidade urbana. Este projeto visa o desenvolvimento da cidade”.
Segundo o secretário de governo do município, Farley Meneses, a administração já possui alguns projetos de melhorias na mobilidade urbana. “Temos uma obra para a Avenida Sanitária com a Avenida João XXII, orçado em cerca de R$ 10 milhões; Outros projetos com cinco grandes Avenidas em torno de R$ 50 milhões; além do Anel Rodoviário Norte, orçado em R$ 20 milhões”.
O secretário diz ainda que do projeto de US$ 80 milhões, o BID irá financiar apenas US$ 40 milhões. O restante entra em contrapartida do Estado, União e município. Por isso o projeto passa ainda por análise no Tribunal de Contas, no Banco Nacional de Desenvolvimento, no Senado e no Fundo Monetário.
Cerca de 100 pessoas compareceram ao auditório da câmara para acompanhar a reunião, e não houve nenhum movimento popular contrário ao projeto. O fisioterapeuta Ronaldo Ruas espera que o executivo saiba utilizar o montante em obras para a cidade.
“É um valor bom para fazer obras. Devem ser bem investidos, já que a cidade cresceu e, principalmente o trânsito, precisa de adequações”, diz o fisioterapeuta.
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