sexta-feira, 25 de março de 2016

Manga MG. Pavimentação da Ayrton Senna continua a ser o nó da gestão Anastácio, que agora espera licitar obra até o final de abril

LAMA, POEIRA E MUITAS PROMESSAS NA AVENIDA

NO 24 MARÇO 2016.

Pavimentação da Ayrton Senna continua a ser o nó da gestão Anastácio, que agora espera licitar obra até o final de abril

Os leitores mais antenados aqui deste espaço sabem que o deputado e secretário de Estado Paulo Guedes atua como prefeito de ‘facto’ em Manga, onde o irmão Anastácio Guedes detém o mando de direito, conforme delegação que recebeu das urnas nas eleições de 2012. Chegada a reta final do mandato, os dois petistas enfrentam o desafio de não entregar o poder para o antecessor de Anastácio e principal rival da dupla, o ex-prefeito Quinquinha Oliveira (PTB). Para aumentar as chances da reeleição, a aposta do deputado seria rechear o final da gestão com pacote de obras capaz de convencer o eleitor que não é necessário mexer em time que está ganhando.
A expectativa era que a presidente Dilma e o governador de Minas, Fernando Pimentel, ambos petistas, dessem uma mãozinha ao projeto, com o repasse de recursos para transformar a cidade em um canteiro de obras. Mas não foi o que aconteceu. Atolados com suas próprias crises, Dilma e Pimentel mais atrapalham que ajuda os planos de reeleição do companheiro Anastácio. Basta dizer que todos os recursos federais que o município recebeu são do período em que o PT ainda não havia chegado ao comando em Manga.
Não faltaram promessas de que a ajuda viria, mas o fato concreto é que, até aqui, eles não se materializam em benefícios da população. Fosse realidade concreta, essas obras seriam o motivo para a virada da popularidade do prefeito Anastácio, em baixa neste fina de mandato, entre outros motivos, justamente porque não conseguiu cumprir a promessa de que tudo seria diferente com o mando do petismo de ponta a ponta nas três esferas de poder. Em outubro do ano passado, durante um leilão de animais na cidade, o secretário Guedes anunciou a transferências de R$ 7 milhões para obras na cidade. O dinheiro viria de transferências estaduais, via convênios. Uma deles para a pavimentação da Avenida Ayrton Senna e de ruas dos bairros Arvoredo, Nova Brasília e Novo Cruzeiro.
Seis meses depois, nada aconteceu. O fato novo nessa longa novela é que o governo estadual teria autorizado o repasse de R$ 3,8 milhões para a Prefeitura de Manga, que já prepara os últimos ajustes para colocar na praça o edital de licitação que vai escolher a empresa responsável pelo asfaltamento da Avenida Ayrton Senna e dos bairros no seu entorno. A abertura dos envelopes para a escolha da empresa vencedora da licitação pode acontecer daqui a um mês.
Se ainda acontecer, a pavimentação da Ayrton Senna será o fim de novela com mais de três anos de duração, período em que o prefeito fez duas tentativas frustradas de tomar empréstimo bancário para tocar a obra. A primeira delas ainda no distante outubro de 2014, quando o prefeito Anastácio conseguiu autorização da Câmara de Vereadores para contratar empréstimo de R$ 1,5 milhão junto à Caixa Econômica Federal. O dinheiro seria destinado à pavimentação da Ayrton Senna. Os recursos viriam do Programa de Infraestrutura de Transporte e da Mobilidade Urbana (Pró-Transportes), que utiliza recursos do Fundo Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), mas o empréstimo não saiu por conta de cortes do ajuste fiscal implementados pelo ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy.
Longa espera
Depois de muito esperar pela liberação do empréstimo federal, o prefeito Anastácio Guedes encaminhou à Câmara Municipal, em novembro do ano passado, novo pedido de autorização legislativa, desta vez para contrair empréstimo no valor de R$ 800 mil junto ao Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG). Os recursos seriam usados na pavimentação de vias públicas de bairros da periferia da cidade (Arvoredos, Nova Brasília e Cruzeiro). Desta vez os vereadores deram um sonoro não às pretensões do petista.
A esperança agora é o repasse salvador do governo Pimentel, via convênio com a secretaria de Estado de Desenvolvimento Regional, Política Urbana e Gestão Metropolitana (Sedru), onde o titular é o também deputado Luiz Tadeu Martins, do PMDB. Uma fonte ligada à Prefeitura diz que uma mudança no projeto de urbanização da Avenida Ayrton Senna resulta na folga de caixa no valor de R$ 1 milhão, sobra que vai permitir estender a pavimentação para todo o Bairro Arvoredo e ainda avançar para o Cruzeiro Novo.
E que mudança foi essa? A pavimentação da via foi planejada com os mesmos parâmetros utilizados pelo Departamento Nacional de Infraestrutura em Transportes (Dnit), que considera em seus cálculos que o piso asfáltico deva ter capacidade para receber o tráfego pesado de caminhões – demanda que é dispensada nas vias urbanas. Trocando em miúdos: a obra de engenharia e a massa asfáltica a ser utilizada na Ayrton Senna serão mais simples.
O prometido pacote de obras na reta final do mandato era para ser a estratégia do deputado Paulo Guedes para não perder a eleição exatamente em Manga, onde iniciou sua carreira política. Vai funcionar? A oposição torce abertamente contra, por mero e mesquinho cálculo eleitoral, mesmo sabendo que a população conta com a intervenção pública que vai beneficiar o maior bairro da cidade. As chuvas que caíram na região no último mês de janeiro mostraram a urgência do asfaltamento daquele setor da cidade. A Avenida Ayrton Senna especialmente, que é o endereço da futura escola técnica federal, ficou intransitável no período chuvoso.
Os transtornos para os moradores não foram pequenos, porque o Bairro Arvoredo ficou praticamente isolado do restante da cidade, com acesso apenas pelo ponto de chegada da BR-135. A oposição torce calada para que, mais uma vez, tudo não passe de mais uma promessa e bravata do deputado Paulo Guedes e o asfalto não chegue. É do jogo. Cabe ao secretário mostrar que não está blefando. Quando nada para justificar sua condição de prefeito de mais fatos e de promessas.

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