terça-feira, 17 de janeiro de 2017

RIBEIRÃO DAS NEVES Presos rebelados exigem saída de diretor e ameaçam: 'vai rolar sangue' Em um vídeo que circula nas redes sociais, um dos presos faz as seguintes ameaças: “Vamos meter fogo em tudo. Vai queimar e morrer gente", diz

Detentos fazem rebelião no presídio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves
Na esteira dos massacres no Amazonas, em Roraima e no Rio Grande do Norte, os presos encarcerados no Presídio Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, iniciaram uma rebelião na noite desta segunda-feira (16).
Segundo uma fonte da Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) entrevistada por O Tempo, o diretor da penitenciária em Ribeirão das Neves, Rodrigo Machado, estaria intervindo no esquema dos presos para a entrada de armas no local, o que teria sido um dos motivos do motim. Saiba mais AQUI.
De acordo com o tenente-coronel Evandro Borges, comandante do 40º Batalhão de Polícia Militar (PM) de Ribeirão das Neves, cerca de 1.200 presos se rebelaram nos pavilhões quatro, cinco e seis do presídio, sendo 370 detentos em cada ala. 
O pavilhão quatro já foi retomado pela PM. Do lado de fora era possível ouvir o barulho de bombas de efeito moral. "Encontramos duas celas quebradas. Mas por enquanto não há feridos ou reféns. Trabalhamos, neste momento, para retomar o controle dos outros pavilhões", disse Borges.
O barulho das bombas cessou por volta das 23h, quando os militares informaram que o pavilhão cinco estava prestes a ser retomado. O seis, no entanto, ainda tinha colchões em chamas nos corredores. Apesar disso, a corporação garante que ainda não foram encontrados presos feridos. Uma ambulância do Serviço Móvel de Urgência (Samu) está na porta do presídio para atender qualquer ocorrência.
Em um vídeo que circula nas redes sociais, um dos presos faz as seguintes ameaças: “Vamos meter fogo em tudo. Vai queimar e morrer gente. Não é brincadeira. Vai rolar sangue”, diz o homem encapuzado, acompanhado de outros presos.
Veja:
Em outra gravação, os presos mostram a queima de colchões em uma das alas do presídio. O Corpo de Bombeiros confirmou que entrou no presídio Antônio Dutra Ladeira para apagar as chamas.
Procurada, a assessoria de imprensa da Seap afirmou, em nota, que o Grupo de Intervenção Rápida (GIR) e o Comando de Operações Especiais (COPE) estão no local para conter o protesto.
"Presos de alguns pavilhões do Presídio Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves, subverteram a ordem dentro das celas. Eles atearam fogo em pedaços de colchões, lançando-os para os corredores, e permaneceram dentro das celas", diz o comunicado.
A Seap ainda salienta na nota que "não houve fuga".
A assessoria da PM, por sua vez, informou que os detentos promovem "quebradeiras" no presídio enquanto familiares, do lado de fora, protestam contra a nova direção do presídio.
Protesto contra suposta tortura
Mais cedo, um grupo de detentos de três pavilhões realizou uma manifestação na unidade. Os presos recusaram o café da manhã e reclamaram de tortura psicológica, física, falta de atendimento médico e psicológico e assédio contra familiares por parte dos agentes penitenciários.
O Ministério Público de Minas Gerais, a Defensoria Pública e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) foram acionados para uma conversa com os detentos, que se aglomeraram no pátio do presídio. Após a negociação, os presos aceitaram a alimentação, informou a Seap.
Em nota, a Seap não confirmou as alegações dos detentos, mas informa que “apura todas as denúncias que chegam ao seu conhecimento, observando normas e preceitos legais pertinentes, a exemplo do amplo direito de defesa e do contraditório”.

*Atualizada às 00h52

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