quinta-feira, 6 de julho de 2017

BR-135 MANGA/ITACARAMBI: BURACO DE R$ 110 MILHÕES NO CAMINHO


NO 06 JULHO 2017.
Dnit promete licitar obra, mas não tem dinheiro para iniciar as obras do asfalto
O diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Valter Casimiro Silveira, recebeu, no seu gabinete aqui na Asa Norte, uma comitiva de políticos e quejandos de municípios do extremo Norte Mineiro. A audiência tratou da continuidade da pavimentação da BR-135 no sutrecho de 48 quilômetros entre Manga e Itacarambi. Durante a audiência, Casimiro disse que sua autarquia vai começar o processo para licitar a obra. A notícia mereceria ser comemorada com muitos fogos de artifício, mas quase passa despercebida.
Ainda que o Dnit dê o sinal verde para o asfalto, o governo federal não tem dinheiro para tocar a obra, que tem custo previsto de R$ 120 milhões. Se raspar os cofres, Casimiro diz que conseguiria destinar uns R$ 10 milhões para o empreendimento – e olhe lá. A pavimentação da BR-135 é promessa antiga, que já carreou baciadas de votos para Humberto Souto e Cleuber Carneiro em tempos mais remotos e, mais recentemente, para os petistas Paulo Guedes e Virgílio Guimarães. Por questão de justiça, é preciso reconhecer que o asfalto avançou durante os governos do PT – hoje é possível sair de Manga e chegar à divisa da Bahia em estradas pavimentadas.
A BR-135 tem agora novos padrinhos. Os deputados Zé Silva (Solidariedade) e Toninho Pinheiro (PP) acompanharam a comitiva que veio a Brasília na semana passada e prometeram colocar o senador Antonio Anastasia (PSDB) no esforço para levantar os R$ 110 milhões que poderiam, finalmente, retirar a obra do papel.
O deputado estadual Arlen Santiago (PTB), que outro dia pagou o mico de 'inaugurar' o subreco trecho da rodovia federal entre Montalvânia e o povoado de Monterrei também veio a Brasília, à frente do magote de lideranças, entre eles três prefeitos, para reivindicar o asfalto. Com a proximidade das eleições para a Assembleia, Arlen é um deputado em busca desesperada por uma bandeira e tenta se posicionar como o novo 'dono' da BR-135.
Aval dos Xakriabás 
Além da falta de recursos, a retomada do asfalto entre São João das Missões e Itacarambi enfrentaria, segundo uma fonte, outro tipo de obstáculo: precisa contornar algumas condicionantes impostas pela Fundação Nacional do Índio (Funai). Explico: o asfalto da BR-135 foi concluído entre Januária e Itacarambi, mas ficou pelo meio do caminho até chegar no povoado de Rancharia, em São João das Missões, na direção de Manga, ainda durante a passagem do ex-governador Newton Cardoso pelo Palácio da Liberdade, isso há quase 30 anos.
Naquela época, a Funai embargou a obra com o argumento de que a empresa responsável pela obra havia aterrado parte de uma lagoa que fica próximo do povoado de Rancharia, para conseguir facilitar o acesso de caminhões pipa ao local. Os caciques da etnia Xakriabas disserem à Funai que não se opõe que o traça da rodovia passe em área da reserva, restrição que teria atrasado a pavimentação do trecho entre Manga e Itacarambi. A boa vontade dos caciques parece ter chegado tarde. O dinheiro para o asfalto estava garantido no PAC dos governos petistas, mas virou poeira após os sucessivos cortes no orçamento do governo federal.

http://www.luisclaudioguedes.com.br/index.php/245-destaques/4933-br-135-manga-itacarambi-buraco-de-r-110-milhoes-no-caminho

Nenhum comentário:

Postar um comentário