domingo, 21 de janeiro de 2018

MANGA: INVESTIGAÇÃO DE IMPROBIDADE CONTRA QUINQUINHA CHEGA À RETA FINAL


NO 20 JANEIRO 2018.
Balanço é positivo, apesar das tentativas do prefeito em parar investigação

Presidente da comissão processante, Bento Gonçalves, teve que publicar edital de convocação em jornais da capital após sumiço do vereador Evilásio Amaro - líder do governo na Casa e membro vogal da comissão 

A comissão processante (CP) instalada pela Câmara de Vereadores de Manga no início de outubro do ano passado faz sua última de reunião de trabalho nesta segunda-feira (22), após jornada tumultuada, com muitas idas e vindas, nas sucessivas tentativas da defesa do prefeito Quinquinha de Quinca de Otílio (PPS) de obstruir os trabalhos de investigação por suposta prática de improbidade administrativa na contratação do escritório do advogado Menezes & Consultores Associados, em fevereiro do ano passado, pelo valor global de R$ 65 mil para prestação de serviços de consultoria jurídica ao município de Manga pelo prazo de 10 meses.
Nesta segunda-feira, os três membros da comissão vão finalizar os trabalhos da investigação contra Quinquinha, quando deliberaram sobre a procedência ou improcedência da denúncia. Na mesma sessão, a comissão processante encaminha a redação do relatório final com as suas conclusões, que deverão ser encaminhadas ao presidente da Câmara, João França Neto, o Dão Guedes (PT), para apreciação e votação no plenário da Casa.
A reta final da investigação contra Quinquinha foi marcada por vários percalços, pela dificuldade que o presidente da comissão, o vereador Bento Ferreira Gonçalves (PR) e o secretário Israel Jarbas Pimenta, o Bio (PSB), tiveram para notificar o prefeito e seu advogado Fábio Oliva, além do outro membro da comissão, o líder do prefeito na Casa, vereador Evilásio Amaro Alves (PPS).
Nas últimas semanas, o trio criou uma série de obstáculos para evitar que fossem notificados para a sessão em que seriam realizadas as oitivas de Quinquinha e suas testemunhas e, mais recentemente, para terem ciência desta última sessão deliberativa da CP. O advogado Fábio Carvalho Oliva, que só apareceu na Câmara na última quinta-feira (18), com pedido de vistas ao processo, alegou viagem em férias ao interior de São Paulo. Oliva se recusou a receber arquivo do processo em PDF e contou com a ajuda do vereador Anderson Cezar Ramos, o Son Nogueira (PSB), que não participa da comissão, para ter acesso aos autos.  
Já o prefeito Quinquinha foi localizado por vereadores e servidores da Câmara Municipal na noite do sábado, 6 de janeiro (veja aqui), quando participava da festa de casamento de uma funcionária pública na comunidade rural de Caiúbas, próximo à divisa com o município de Juvenília. Visivelmente constrangido diante dos convivas das bodas nupciais, o prefeito chegou a ele a notificação mas se recusou a assinar após manter contato telefônico com o advogado Fábio Oliva.
Também localizado em sua residência no mesmo final de semana, o vereador Evilásio Amaro se negou a assinar a convocação para a próxima sessão da comissão com o argumento de que só era vereador no horário comercial, de segunda a sexta-feira. Durante esta última semana, a Câmara de Manga fez um esforço final para localizar e notificar o vereador, mas foi tudo em vão.
O vereador Bento Gonçalves, presidente da comissão processante, chegou a enviar um ofício à mesa diretora da Câmara informando sobre as dificuldades na localização de Evilásio, que seria, segundo o comunicado, tentativa de obstrução. A Câmara resolveu então publicar edital de convocação (na foto lá do alto de página) no Diário Oficial de Minas Gerais e no jornal O Tempo, além de spot na rádio comunitária local.
Para Evilásio, comissão age de 'má fé'
Em mensagem para o Blog, via aplicativo de mensagens instantâneas, Evilásio disse que estava em viagem a Salvador, para compromissos pessoais. O vereador alegou que a Câmara está em recesso e que precisava usar esse período para a viagem. "O que eles não falam é que fazem tudo de última hora, talvez por má intenção", saiu batendo Evilásio.
Ainda segundo o vereador, que chegou a recorrer ao Judiciário para barrar a comissão processante, a última vez que fui procurado com uma convocação foi num domingo, às 8:50 da noite, o que, na sua opinião é "um verdadeiro descaso e derrespeito".
Questionado pelo Blog se confirmava a suspeita da CP de que estaria "evadido de Manga" para evitar ser notificado, Evilásio mostrou irritação e até ironia.
"Evadido de quê? Não tem nada que me comprometa. Agora no período de recesso tenho que ficar em casa esperando convocação, caso seja da conveniência de alguém? Esse termo evadido deve ser empregado em outras situações, não para justificar o injustificável. Isso até me ofende", diz Evilásio, que nega ter sido procurado para essas reuniões.
"Infelizmente querem fazer as coisas por conveniência, de portas fechadas, aí falam o que não é verdade", criticou.
Para o advogado Ilídio Antônio dos Santos, que assessora a comissão processante, o processo foi "conduzido com a máxima lisura e transparência possíveis". O prefeito e a sua defesa tiveram todas as oportunidades para contestar a denúncia recebida pela Câmara Municipal e para apresentar defesa, mas que teria "agido deliberadamente" para postegar prazos e dificultar o andamento da investigação.

http://www.luisclaudioguedes.com.br/index.php/245-destaques/5059-reta-final-na-investigacao-contra-quinquinha

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