LÍDERES EUROPEUS SE REÚNEM PARA DISCUTIR CRISE DE IMIGRAÇÃO

Após polêmica com navio, líderes europeus se reúnem para discutir crise de imigração Neste domingo (24), 16 países europeus tentam resolver crise deflagrada por navio de ONG alemã. Embarcação resgatou 239 imigrantes ilegais e não tem para onde ir. Por G1 Dezesseis países europeus se reúnem em Bruxelas neste domingo (24) para avaliar uma solução para a crise migratória deflagrada por navios humanitários que resgatam imigrantes ilegais. No sábado (23), Itália e Malta se recusaram a receber navio de ONG Lifeline (Alemanha) com 239 resgatados. Antes, o mesmo impasse foi enfretado com o "Aquarius", navio de resgate operado pelas ONGs "Médicos Sem Fronteiras" (França) e SOS Mediterrâneo (Alemanha). Por fim, a Espanha decidiu por receber 629 resgatados depois de 9 dias de incerteza. Segundo a France Presse, o objetivo do encontro é evitar decisões unilaterais, como as de sábado, e tentar um acordo em bloco. Vão participar da reunião: França, Alemanha, Itália, Espanha, Áustria, Bulgária, Grécia, Malta, Bélgica, Holanda, Luxemburgo, Dinamarca, Suécia, Finlândia, Eslovênia e Croácia, informa a France Presse. Polônia, Hungria, República Tcheca, Eslováquia disseram que não estavam interessadas na cúpula, segundo a agência. O encontro deste domingo (24) é uma prévia de uma outra reunião sobre o mesmo tema prevista para os dias 28 e 29 de junho. Centros fechados No sábado (24), o tom voltou a subir entre França e Itália. A Itália criticou a "arrogância" de Emmanuel Macron após sua proposta de "centros fechados" para migrantes nos países de chegada. Enquanto todos concordam em reforçar as fronteiras externas da UE, os europeus continuam divididos quanto as responsabilidades sobre os migrantes que tentam chegar à Europa, bem como aqueles que já estão em território europeu. "A situação é arriscada", admitiu uma fonte diplomática à agência France Presse, porque caso nenhuma solução europeia seja encontrada, "haverá um fechamento das fronteiras nacionais". "Infelizmente, tenho pouca esperança de um resultado importante", admitiu à France Presse o chanceler austríaco, Sebastian Kurz, cujo país assumirá a liderança no dia 1º de julho da presidência rotativa da UE. Migrantes no convés do Aquarius, navio de busca e salvamento operado em parceria entre as ONGs SOS Mediterranee e a Médicos sem Fronteiras, no Mar Mediterrâneo, em foto de 12 de junho (Foto: Kenny Karpov/SOS Mediterranee/Handout via Reuters) Migrantes no convés do Aquarius, navio de busca e salvamento operado em parceria entre as ONGs SOS Mediterranee e a Médicos sem Fronteiras, no Mar Mediterrâneo, em foto de 12 de junho (Foto: Kenny Karpov/SOS Mediterranee/Handout via Reuters) Migrantes no convés do Aquarius, navio de busca e salvamento operado em parceria entre as ONGs SOS Mediterranee e a Médicos sem Fronteiras, no Mar Mediterrâneo, em foto de 12 de junho (Foto: Kenny Karpov/SOS Mediterranee/Handout via Reuters) Qual país deve receber primeiro os imigrantes? Um documento preparado pela Comissão para este domingo (24) insiste nas obrigações que países eleitos para a primeira entrada recebam os imigrantes. O documento também cita a possibilidade de devolver aqueles que não forem registrados nesse primeiro país. A informação é da France Presse. Estes pontos provocaram a ira de Roma, que considerou boicotar a mini-cúpula. A reunião de hoje deve ser concluída com "um resumo das posições expressas", de acordo com uma fonte europeia. França e Espanha vão propor a criação de "centros fechados em solo europeu", onde os migrantes esperariam pela análise de seu caso, segundo anunciou no sábado (24) o presidente francês Emmanuel Macron. A desburocratização do processo de devolução dos imigrantes ilegais e requerentes de asilo também estarão na agenda, informa a France Presse. Tal como as ideias ainda pouco claras dos centros de acolhimento de migrantes fora da UE ou das "plataformas regionais de desembarque" para os migrantes resgatados no mar. Finalmente, os 16 países vão tratar da reforma do sistema europeu de asilo, num impasse há mais de dois anos. A Comissão propõe alterar o Regulamento de Dublim, que confia a responsabilidade sobre os pedidos de asilo aos países de primeira entrada. https://g1.globo.com/mundo/noticia/apos-polemica-com-navio-lideres-europeus-se-reunem-para-discutir-crise-de-imigracao.ghtml