quinta-feira, 13 de julho de 2017

Cerca de 800 quilos de maconha são apreendidos na BR-365, em Claro dos Poções - Quatro homens foram presos e três veículos apreendidos; operação das polícias civil e militar foi realizada na madrugada desta quinta-feira (13).



Operação simula acidente e prende quadrilha com R$ 1 milhão de maconha




As Polícias Civil e Militar, divulgaram o resultado da Operação Djavú realizada, nesta quinta-feira (13), em Montes Claros, que chegou a apreensão de 807 kg de maconha. Quatro homens foram presos e três veículos apreendidos.
Déjà vu
Definida como “Déjà vu”, a operação faz referência a outro trabalho realizado pela PC e PM, em maio deste ano, onde 300 kg da mesma droga e crack foram apreendidos. Àquela época, quatro homens foram presos. 
Mas, este não foi o único motivo da escolha do nome. Segundo o delegado da Polícia Civil, Herivelton Ruas Santana, logo após esta primeira ação, militares receberam informações que parte da quadrilha ainda estava solta e continuava praticando mesmo crime.
“A partir do mês de maio recebemos informações de policiais militares que haviam remanescentes desta quadrilha atuando em Montes Claros. De posse dessas informações nós instauramos um inquérito policial, que culminou na data de hoje com essa grande apreensão de drogas”, completa.
Tráfico internacional
O resultado da operação é fruto de uma intensa investigação sobre a quadrilha que atuava com o refinamento de drogas, importava o material base e redistribuía para o Norte de Minas.
“Essa droga foi adquirida no Paraguai na cidade Pedro Juan, em Caballero, que faz fronteira com Mato Grosso. O objetivo era chegar a Montes Claros e abastecer todo o Norte de Minas onde a atuação era primordial, mas não podemos descartar atuação em outras regiões”, completa o delegado.
Simulação
Os quatro homens saíram de Ponta Porã, no Mato Grosso, no domingo (9) e vinham divididos em três veículos. Dois dos carros serviam como batedor e o outro como transportador da droga, onde estava apenas o motorista.
Os carros que tinham o mesmo papel seguiam cerca de uma hora na frente do último carro que estava com as drogas para verificar se havia algum tipo de fiscalização. Somente em Buritizeiro, os veículos se encontraram e seguiram viagem juntos.
Segundo o Major PM Jarson Sebastian Hansen Ferreira, já no trevo de Claro dos Poções, na BR-365, por volta de 3h30 os policiais fizeram diversas sinalizações na pista simulando um acidente.
“Após acompanharmos esses indivíduos há algum tempo, usamos essa estratégia na via para que eles não pudessem entender que era uma fiscalização policial e sim um acidente. Foi isso que permitiu que a gente conseguisse abordar todos os três veículos sem haver nenhuma reação  por parte dos autores, que foram surpreendidos e resultou na eficácia da estratégia da Polícia Militar e Polícia Civil”, completa.
Estrada
Para burlar a fiscalização o mundo do crime sempre se reinventa e neste caso não foi diferente. De acordo com o Major da PM, o grupo levava a própria gasolina, para não ter que parar em postos.
“Para não despertar suspeita, eles usavam estradas vicinais para evitar locais de maior fiscalização e evitar passar por postos de Polícia Rodoviária Estadual e Federal. Eles utilizavam estradas que permitiam a locomoção do bando sem despertar suspeitas. Eles transportavam combustível no carro havia onde sido transformado. No interior, não tinham os bancos traseiros, então se o frentista fosse abastecer e visse nos bancos de trás despertaria suspeita e levaria uma denúncia, algo que eles não queriam”, explicou.
Sociedade em primeiro lugar
Até mesmo em abordagens como esta, a polícia deve sempre pensar no bem-estar da sociedade que não tem nenhuma relação com o crime. E foi exatamente por isso que a estrada foi escolhida como ponto de abordagem.
“É uma estratégia voltada para que a sociedade possa dormir em paz, então tudo que a gente planeja é voltado para isso, quando resolvemos abordar esses veículos fora da cidade foi justamente pensando em não trazer problemas, o risco de troca de tiros é grande e abordamos na estrada justamente para que pudesse minimizar os riscos dessa abordagem aos cidadãos de bem”, contou o major da PM.
Os criminosos
A quadrilha é formada por três homens que possuem passagens pela polícia e apenas um, que até então não tinha se envolvido com o crime. São eles: Rafael Pumarenga Santos Assis, de 33 anos, natural de Montes Claros; Leandro Cesário Botelho, de 34 anos. Conhecido como “Pepa” no mundo do crime e natural de Brasília de Minas; Silvano Alves Cardoso, de 31 anos, também de Brasília de Minas e conhecido com Sisi e o último, Milton Santiago Ferreira, de 40 anos, natural de Contagem. 
O último era o motorista do carro que estava com as drogas e o único que não tinha antecedentes criminais, já outros possuem diversas passagens pela polícia pelos mais variados crimes.
Segundo o delegado, Herivelton Ruas, apenas um dos criminosos mantinha um estado financeiro razoável.
“Apenas um deles tem uma condição um pouco mais razoável, no caso o Leandro, os demais não possuem condições financeiras”, completa.
Este fato leva à polícia a desencadear uma maior investigação, já que se eles não têm um alto padrão de vida, não teriam como comprar a droga.
“Vamos investigar quem financiava o tráfico. Costumamos dizer que a investigação só tem início o fim. Só vai ocorrer se o crime cessar”, completa.
Divisão de tarefas
Dentro de organizações criminosas os papéis são divididos, neste grupo as investigações mostraram que a cabeça era o Leandro que havia sido preso na operação “Vaccari”.
“A gente sabe que dentro da organização criminosa a divisões de tarefas e sempre há um líder e, neste caso, o monitoramento mostrou que Leandro é o mais articulado, o líder, aquele que distribui tarefas para os demais”, explicou o delegado.
R$ 1 milhão
A grande quantidade de drogas impressiona, mas o valor que a quadrilha iria embolsar também é tão grande quanto o material ilícito.
“Pelos cálculos que a gente tem essa droga depois de revendida iria gerar um lucro de aproximadamente R$ 1 milhão para esse grupo criminoso”, completou o delegado.
Crime
A quadrilha foi presa e os membros irão responder pelos crimes de tráfico internacional de drogas e associação para tráfico, além de associação criminosa, todos em flagrante.
Duas toneladas de drogas
Um destaque desta operação é o sucesso da parceria entre a Polícia Civil e Militar.
“Essa parceira entre a PM e PC tem dado excelentes resultados, a gente tem nesse ano quase duas toneladas de drogas apreendidas em diversas operações conjuntas realizadas entre as duas instituições”, explicou o major.
Segundo o delegado chefe da Polícia Civil de Montes Claros, Renato Nunes Henriques, esta não será a última.
“Podemos dizer que outras operações estão por vir, o nosso trabalho não vai parar por aqui. Esta operação é mais uma amostra da excelente parceria entre as duas instituições que vão continuar trabalhando cada dia mais

http://webterra.com.br/noticia/11577/operacao-simula-acidente-e-prende-quadrilha-com-r-1-milhao-de-maconha

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