Centro de reabilitação não é visto com bons olhos por moradores do local
Um assunto vem sendo alvo de polêmica no bairro Esplanada, uma das regiões mais importantes e populosas de Divinópolis. Um projeto da prefeitura visa a construção de um centro de reabilitação para dependentes químicos. O caso pode ser visto de várias maneiras, tanto favorável à obra quanto desfavorável.
O local escolhido fica numa região bastante movimentada do bairro e num lugar desativado já há algum tempo. Entretanto, a associação de moradores do bairro, por meio de seu presidente, Paulo Ferreira, se mostra preocupada justamente devido à localização e a pedidos feitos há muito tempo para a prefeitura para a utilização do local como um Posto de Saúde ou um Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI). Próximo à futura sede do Centro de Assistência Psicossocial ao usuário de álcool e drogas (CAPS-AD) estão a Escola Estadual Pedro Magalhães, além da praça onde é localizada a Maria Fumaça, um dos símbolos da cidade, além do grande movimento de pedestres e veículos: “Nossa preocupação é que, com a instalação do núcleo de atendimento, alguns jovens possam ser inseridos no mundo das drogas. Algumas pessoas, de fato, querem ser curadas do problema, mas outras virão para observar o bairro, fazer outras coisas e, quando saírem da clínica, ficarão no Esplanada, se unindo com outros drogados que vemos nas ruas durante todo o dia, pois temos, no bairro, um grande número de pessoas dependentes das drogas”, disse Paulo Ferreira, em entrevista concedida à Rádio Minas, na manhã de ontem.
Segundo ele, colocar o CAPS-AD em frente à uma escola é uma escolha equivocada e desnecessária: “Isso é um perigo. Se os internos da clínica conseguirem sair e forem para a praça principal, vai causar uma grande preocupação, pois irão gerar um desconforto para as pessoas que passam pelo local e, ao lado, há o estacionamento da FCA (Ferrovia Centro-Atlântica). Temos medo de haver algum problema”.
Paulo lembra que, quando a associação de moradores tentou fazer com que fosse instalado, naquele mesmo local, o posto de saúde do bairro, ninguém se interessou: “Quando pedimos para trazer um CMEI, também não fizeram nada e deram as costas para a associação. Não podem colocar o que eles quiserem aqui. Eles tem que atender é a comunidade, e não fazer o que querem”.
O imóvel é oriundo de uma permuta da prefeitura com a união, conseguido graças ao pedido da associação, com o intuito de instalar o posto de saúde. Mas não foi isso que aconteceu: “Tudo que tentamos fazer, eles demoram a corresponder. Vamos fazer um abaixo-assinado e estamos mobilizando todo o bairro. Não somos contra as pessoas que irão se tratar, mas somos a favor do bairro Esplanada”.
No entanto, para o Conselheiro Municipal antidrogas, Antônio de Pádua, que é morador do Esplanada há 20 anos, o CAPS-AD é uma instituição de saúde pública e que será favorável ao bairro: “Se chegar uma pessoa com um comportamento inadequado, ela poderá ser tratada no local. Assim, ela poderá perceber que, no CAPS-AD, terá chance de se livrar das drogas”, afirmou.
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