Caso Igor Xavier – Ricardo Athayde acusado de matar bailarino Igor Xavier é condenado a 14 anos de prisão
Diego Athayde, foi absolvido pelo Conselho de Sentença por falta de provas.
Após dez horas de julgamento, o zootecnista Ricardo Athayde foi condenado a 14 anos de prisão pelo homicídio duplamente qualificado do ator e bailarino, Igor Leonardo Lacerda Xavier. Já seu filho, Diego Athayde, foi absolvido pelo Conselho de Sentença por falta de provas. O crime aconteceu em julho de 2004, no apartamento do acusado em Montes Claros, no Norte de Minas e, conforme denúncia do Ministério Público Estadual (MPE), a vítima foi morta com cinco tiros à queima roupa e teve seu corpo desovado em uma estrada vicinal próxima à região.
De acordo com o promotor Gustavo Fantini, Igor Leonardo era homossexual assumido, teria tido um caso com Ricardo Athayde e foi atraído para o apartamento do réu em troca de um livro de Filosofia emprestado. Entretanto, o representante do Ministério Público ressaltou que não se trata de crime de homofobia, mas sim de falta de respeito pela vida. Além disso, ele rebateu a tese do réu, que alegou ter atirado acidentalmente no bailarino, e que este teria iniciado uma briga com o acusado.
Em depoimento à Justiça, Ricardo Athayde reafirmou que atirou contra o dançarino porque a vítima teria assediado sexualmente seu filho. Entretanto, apesar de ter uma pistola 380 e um revólver calibre 38 em punho, garantiu que o primeiro disparo teria sido acidental. Já Diego manteve a versão do pai e disse que não atirou contra o bailarino e que não se lembra quantos tiros foram efetuados.
Por falta de provas acerca da acusação de homicídio em relação a Diego Athayde, o promotor Gustavo Fantini pediu a absolvição do réu, que foi aceita pelos jurados. Já em relação os outros crimes atribuídos aos réus – uso de artifício para alterar a cena do crime, fraude processual e ocultação de cadáver – prescreveram em função da longa demora para a realização do julgamento.
Julgamento em BH
Diante da comoção popular, o juiz do Tribunal do Júri de Montes Claros, Antônio de Souza Rosa, pediu o desaforamento do processo para Belo Horizonte. Segundo o magistrado, as manifestações populares acerca do caso influenciariam os jurados.
A sessão do tribunal do júri teve início por volta das 9h30, no Fórum Lafayette, e após a formação do Conselho de Sentença – com quatro mulheres e três homens – , o juiz Glauco Fernandes iniciou o interrogatório de Ricardo Athayde e, em seguida, de Diego Athayde. Todas as testemunhas arroladas pela defesa e acusação foram dispensadas.
Adiamentos
O julgamento dos acusados chegou a ser marcado outras duas vezes. Em 2007, a sessão foi suspensa porque havia um agravo contra a sentença de pronúncia, pendente de julgamento. Já em 2011, o julgamento foi novamente marcado, mas não ocorreu a pedido do advogado dos réus, que alegou que estaria, na mesma data, em um julgamento marcado em outra comarca.
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