Foi o amor à mulher, brasileira que vive na Espanha há 12 anos, que motivou o espanhol Rafael Quinta Frutos, 59, a se inscrever no Programa Mais Médicos.
Frutos, que desembarcou ontem em Recife, conta que a bolsa do programa, de R$ 10 mil, é menor do que o salário que tinha, de € 3.500 (pouco mais de R$ 11 mil).
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Dizendo-se constrangido com a reação negativa dos colegas brasileiros, que se opõem à vinda de médicos sem a revalidação do diploma, ele fez um apelo: "O governo do Brasil pediu ajuda, eu vim. Peço que não me recebam mal".
Especialista em cirurgia geral e medicina geral, Frutos vai trabalhar no município de Baía da Traição (PB).
Nascida e criada na Argentina, mas com mãe brasileira, Natália Alocco, 26, decidiu abandonar a residência em medicina da família em seu país para se inscrever no Mais Médicos. Seu objetivo, conta, era ficar perto do ramo brasileiro da família.
Ontem, ela desembarcou em Cumbica (Grande SP), no primeiro grupo de médicos estrangeiros ou formados no exterior a chegar para atuar no Estado de São Paulo.
Até a semana que vem, o Estado receberá, 47 médicos formados no exterior. Dez deles ficarão na capital, como Natália. Ela vai trabalhar na periferia, mas ainda não sabe em qual bairro.
Sergio Lima/Folhapress | ||
Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, recebe no aeroporto de Brasília, cinco médicos do programa Mais Médicos |
A médica diz não temer as dificuldades de atuar em comunidades carentes. "Não vai ser muito diferente do que tinha lá. Só trabalhei em hospital público na Argentina."
No grupo de cinco médicos estavam, além de Natália, dois brasileiros formados na Argentina. O pediatra Thiago Silva, 32, há 12 anos naquele país, vai trabalhar em Francisco Morato (Grande SP).
Também na Grande São Paulo, mas em Itaquaquecetuba, vai atuar Christian Chelles Uzuelli, 32. Na Argentina há oito anos, ele se formou na Universidade de La Plata, fez duas especializações em Portugal e afirma que a família foi a principal motivação para voltar ao Brasil.
RETORNO
"Com essa oportunidade, eu volto à minha casa. Médico pode ser japonês, alemão ou de qualquer parte do mundo, mas é médico, exerce a medicina."
A frase é do brasileiro Thiago Carvalho, 33, que desembarcou ontem em Brasília, com a mulher e dois filhos. Natural do Acre, ele cursou medicina na Espanha e estava atuando em Portugal.
Com o Mais Médicos, decidiu voltar, provavelmente de vez: pretende fazer o exame de revalidação de diploma, condição para poder atuar no país fora do programa. Ele escolheu ficar na capital de seu Estado, Rio Branco.
Aposentado, o português Miguel Alpuim, 70, conta que veio pela dificuldade de arrumar emprego em Portugal na sua idade. "É uma excelente oportunidade de trabalho. Se não houvesse, ia para o clube recreativo jogar cartas", disse ao chegar ao Rio.
Seu destino será a cidade de Gaspar, em Santa Catarina. "Pedi para ficar no Sul porque o clima parece com o nosso. Não gosto de calor."
Com a colaboração de BRASÍLIA, RIO E "AGORA"
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