segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Videogames podem ser usados para tratamento psicológico

Por  
Acadêmico de Jornalismo do CEULP/ULBRA

Quem nunca jogou videogame, pelo menos uma vez? Os consoles de games vêm evoluindo com os anos, mas não só os aparelhos, os jogos e o público também, com isso novas marcas surgem todos os dias. Atualmente, os videogames deixaram de ser algo apenas para meninos ou para homens solteiros que ainda moram com os pais.
O universo dos games afetou tudo e todos, além do que não se resumem a aparelhos conectados a um televisor, porém hoje as pessoas podem jogar de todo lugar, porque invadiram a internet – ou será que estão se aperfeiçoando neste lugar? – podendo ser jogados por várias pessoas em locais diferentes, sem contar os games em redes sociais e aparelhos celulares, smartphones, e tablets.
 A evolução dos videogames não fica apenas nisso. Tudo indica que deixaram de ser algo para crianças e já entraram no mundo dos estudos científicos em faculdades e universidades, “temos já diversos artigos científicos comprovando os efeitos positivos”, comenta Natan Brandão, pesquisador de videogames para a Fisioterapia que tem vários trabalhos apoiados pelos CAPES, CNPq e SBGames.
Os games além de entreter ajudam no raciocínio rápido, “meus sobrinhos tem 5 e 9 anos , os dois jogam direto comigo no PS3, e é nítido a evolução deles nos jogos de futebol, pois a prática leva a melhoria em questões de posicionamento e movimentos, e portanto o raciocínio lógico e coordenação motora” comenta Heli Junior, gamer assíduo. Sem contar o condicionamento físico, “já minha esposa é cristã e curte jogar o outro videogame que temos, o Nintendo WII, que utiliza bastante o movimento do corpo. Você vê que tentando repetir os movimentos da dança (o game Just Dance), Você acaba tendo melhor condicionamento físico e melhora a coordenação dos movimentos”, finaliza Heli.
Mas e para os fatores psicológicos?
Segundo professor de Sistema de Informação e Ciências da Computação do CEULP, o psicólogo Fabiano Fagundes, os games são potencializadores para estudos na Psicologia, pois “os videogames e a tecnologia em si, comumente (e erroneamente) vistos como responsáveis por vários tipos de transtornos psicológicos, passaram agora a ser encarados como fortes aliados no tratamento destes transtornos. É interessante observar que o jogo não tem somente a intenção de lidar com sinais e sintomas, mas também busca ensinar, esclarecer, enfim, possibilitar aos jogadores tornarem-se mais conscientes das dificuldades que enfrentarão e, através de desafios, aprender habilidades importantes para sua vida”, esclarece o docente.
Ainda em estudo, os games já são usados em tratamentos médicos e fisioterápicos, mas a novidade esta no tratamento de problemas psicológicos. Um grupo de pesquisadores do Departamento de Psicobiologia da Universidade Federal de São Paulo – Unifesp, em parceria com o departamento de Medicina Molecular da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG e com a Duke University, dos Estados Unidos, desenvolve um game que futuramente será parte importante no tratamento de pessoas com Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade -TDAH.
O jogo usa a premissa que para combater o TDAH, o acompanhamento psicológico e o uso de remédios não são suficientes, e o game vai suprir o restante do tratamento, onde o paciente jogando vai aprender sobre o transtorno e conseguir controlar o “controle inibitório” – principal causador do problema – tudo isso enquanto se diverte e entretém.
O game intitulado “Project Neumann” está agora em fase de teste com voluntários com TDAH e se os resultados forem satisfatórios, o game será aperfeiçoado para trabalhar outros transtorno e doenças psicológicas.
Veja mais sobre o jogo.

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