Em um ambiente abastecido frequentemente de informação, é preciso diferenciar o que é perene e o que é permanente. No que diz respeito à educação, o que será realmente relevante nos próximos anos? O relatório regional do NMC (New Media Consortium), responsável por estudar o ensino superior latino-americano, mostrou alguns desafios, tecnologias e tendências para o ensino superior até 2018. Entre os destaques estão as mídias sociais, a colaboração e o armazenamento em nuvem. Confira:
1) As mídias sociais estão mudando a maneira como as pessoas interagem e apresentam ideias
Mais de um bilhão de pessoas usam o Facebook regularmente e, juntamente com outras plataformas sociais, o número é quase o de uma em cada seis pessoas no planeta. No Brasil, o número de usuários ultrapassa os 76 milhões. Educadores e estudantes usam as mídias sociais para compartilhar ideias e notícias. No entanto, o impacto dessas mudanças na comunicação acadêmica e na credibilidade da informação, por exemplo, precisa ser mais estudado.
2) Os paradigmas de aprendizagem estão mudando para incluir a educação on-line, os modelos colaborativos e a educação híbrida
Os alunos passam muito tempo on-line, pesquisando e compartilhando informações nas redes sociais, o que torna o ensino neste espaço algo natural. As universidades que decidem adotar modelos híbridos de aprendizado podem ajudar a desenvolver as qualidades além do ambiente acadêmico. Este modelo pedagógico pode facilitar a colaboração e reforçar as competências digitais dos estudantes.
3) Os Moocs complementarão cursos universitários tradicionais
Motivados pelo sucesso dos primeiros experimentos de instituições de prestígio como o MIT e Stanford, gestores do ensino superior investiram em cursos online abertos e massivos. Com colaboração de instituições como EdX, Coursera, Code Academy e Open2Study, muitas universidades oferecem cursos de qualidade. Como as ideias evoluem, os Moocs passam a ser uma alternativa atraente de ensino baseado em crédito.
4) Os estudantes querem utilizar as próprias tecnologias para aprender
O uso dos dispositivos tornou-se muito pessoal, quase como uma extensão da personalidade e do estilo de aprendizagem de cada um. Por isso, em sala de aula, é mais conveniente utilizar as ferramentas com as quais os estudantes estão mais familiarizados. Afinal, com o passar do tempo, os alunos terão acesso às novas tecnologias com mais facilidade.
5 ) Conceitos como conteúdo aberto , dados abertos , recursos abertos e ideias relacionadas à transparência, acesso fácil a dados e informações são cada vez mais importantes
Quando as fontes reconhecidas perdem importância, há necessidade de certificar outras formas de validação que darão sentido à informação. Muitas vezes o termo “aberto” é tratado erroneamente como sinônimo de gratuito, quando seu real significado tem relação com a liberdade de copiar e mesclar, sem quaisquer barreiras, o acesso ou a interação.
6) Os recursos e relacionamentos que a Internet possibilita faz com que os educadores repensem seu papel
O educador precisa ter capacidade de dar sentindo às informações e avaliar sua credibilidade. Desenvolvendo estas qualidades ele pode orientar e preparar os alunos para o mundo em que vivem e trabalham, levando em conta o valor único que cada um traz. É preciso que as instituições entendam esta necessidade e oportunizem subsídios para que os professores cumpram sua missão.
7) Cada vez mais as tecnologias estão hospedadas na nuvem
A adoção de aplicações e serviços baseados na nuvem muda não apenas as formas de usar e configurar softwares e armazenamento de arquivos, mas também altera como conceituamos essas funções. Onde armazenamos o nosso trabalho não é importante, o que importa é ter a informação acessível de qualquer lugar e com o dispositivo que escolhemos para usar. Embora ainda existam alguns desafios, especialmente ligados às noções de privacidade e controle, a promessa de redução de custos significativa é um estímulo importante para se adaptar e buscar soluções.
8 ) As pessoas esperam ser capazes de trabalhar, aprender e estudar quando e onde querem
Em um mundo onde é preciso equilibrar as demandas do trabalho, dos estudos e família, os alunos enfrentam uma série de desafios logísticos. Eles querem acesso fácil não só às informações que estão na rede, mas a ferramentas que permitam análises e aprendizado.
9) O mundo do trabalho está cada vez mais colaborativo
Esta tendência é impulsionada, principalmente, pela natureza cooperativa e global dos negócios atuais. Os dias de trabalho em escritórios com espaços individuais e funções definidas estão desaparecendo, dando lugar a modelos onde equipes trabalham ativamente em conjunto. Apesar desta tendência ainda não ser de uso comum, as universidades que adotarem modelos mais abertos e colaborativos podem ter bons resultados.
10) Existe um interesse crescente no uso de novas fontes de dados para personalizar a experiência da aprendizagem e medir seu resultado
Quando os alunos participam de atividades on-line, deixam um rastro de dados que podem ser recolhidos e estudados. Atualmente, as experiências e projetos de análise de aprendizagem estão explorando maneiras de usar os dados para conhecer melhor os estudantes. Com isso, os gestores podem filtrar os resultados e monitorar o progresso dos alunos em tempo real.
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