Investigações sugerem que reformas promovidas por Francisco teriam irritado chefões do crime organizado da Calábria
ROMA - O papa Francisco estaria sofrendo ameaças da organização criminosa 'Ndrangheta, de acordo com o promotor Nicola Gratteri, responsável por investigar a máfia na região italiana da Calábria. Segundo o promotor, o esforço do pontífice para promover reformas na Igreja Católica tem irritado os líderes mafiosos.
A 'Ndrangheta é considerada pelos especialistas italianos como a organização criminosa mais perigosa e imprevisível do país em razão de seu complexo sistema organizacional.
"Eu não posso dizer se o grupo está prestes a fazer alguma coisa, mas é importante pensar no perigo", alertou o promotor. "Se a máfia puder parar o papa, vai pensar em maneiras de fazer isso."
Segundo Gratteri, os criminosos que até agora tinham usufruído de influência na Igreja estão ficando nervosos. "Por muitos anos, a máfia lavou dinheiro com o consentimento da Igreja. No entanto, agora, o papa está desmantelando os polos de poder econômico dentro do Vaticano e isso pode ser perigoso", afirmou.
Proximidade. Gratteri também diz que chefões do crime organizado no sul da Itália têm relações fortes e discretas com sacerdotes locais, o que os ajuda a legitimar os crimes praticados. Apesar da violência que empregam, esses criminosos são católicos praticantes.
O papa Francisco já condenou o crime organizado em maio. Na época, ele chegou a citar nominalmente as quatro principais máfias do país - incluindo a 'Ndrangheta. No início da semana, o pontífice fez um discurso contra a corrupção.
A questão da segurança tem sido uma das principais preocupações desde os primeiros dias do papado de Francisco, em razão da sua vontade de quebrar protocolos e de interagir mais intensamente com os fiéis.
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