domingo, 15 de dezembro de 2013

Acidentes em Manga e São Romão alertam para risco na travessia do Velho Chico

Balsa ancorada no porto de São Romão: carro despenca no rio e  provoca morte de condutor
Cinco séculos depois de ‘descoberto’ pelos portugueses, o trecho mineiro do Rio São Francisco continua a ser atendido por apenas duas pontes nas cidades de Pirapora e Januária. Quem precisa transpor o leito do rio em São Romão, São Francisco, Itacarambi e Manga ainda precisa recorrer à antiga solução das balsas. 

Mantida por empresas concessionárias autorizadas a fazer essa prestação de serviço, a travessia do ‘Velho Chico’ ganhou evidência nas últimas semanas com o registro de três incidentes que alertaram para a necessidade de mais fiscalização e medidas para garantir a segurança dos usuários do sistema. 

O incidente mais grave aconteceu em São Romão, na segunda-feira (9), e teve uma vítima fatal, José Renato Gonçalves Oliveira, 36 anos, que caiu da plataforma de uma balsa após o veículo que conduzia supostamente ter perdido os freios e arrebentar a corrente de proteção. 

Testemunhas do acidente contaram à Polícia Militar que o homem conseguiu sair do carro, mas não sabia nadar e, por isso, foi tragado pelas águas do rio – que está um pouco acima do nível normal em razão das últimas chuvas. A balsa foi interditada e o serviço ficou suspenso por algumas horas. 

A bela paisagem do 'Velho Chico' em Manga foi o cenário para outros dois episódios. Um caminhão-baú despencou da plataforma da Balsa Primavera na tarde da terça-feira (10). O incidente foi o segundo no curto intervalo de oito dias. Na segunda-feira (2), outro caminhão carregado com carvão vegetal tombou a poucos metros do leito do rio, quando tentava fazer manobras de alinhamento para entrar na plataforma de uma das balsas que prestam o serviço de travessia no local. O terreno arenoso do Porto da Balsa cedeu com o peso da carga, que ficou esparramada a poucos metros do leito do Rio.

A população das cidades ribeirinhas reclama pela construção de novas pontes no Rio São Francisco – o que dificilmente vai acontecer em médio prazo. Os motivos são muitos, mas passam pela baixa representação política da região e o fato óbvio de que o governo petista carreou uma montanha de dinheiro para realizar a Copa do Mundo no Brasil e agora aderiu de vez ao credo neoliberal de que o Estado deve manter distância das grandes obras de infraestrutura no país. 
Vide os leilões de estradas, portos e aeroportos que dominam a agenda nos últimos meses. Nesse particular, o PT deu uma banana para o povo brasileiro e subiu de mala e cuia não bonde das privatizações. O eleitor que escolheu Lula e Dilma por conta do furioso discurso anti-privatização das últimas campanhas presidenciais agora pode ir se queixar ao papa Francisco.
Travessia é unanimidade entre piores serviços

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