segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

SERRA: CONSUMO DE COCAÍNA SERÁ PAUTA EM 2014


O ex-governador de São Paulo, José Serra, pretende discutir a questão do combate às drogas no Brasil, ainda que não seja candidato à presidente da República. É o que ele sinaliza em artigo publicado na Folha de S. Paulo: Drogas pesadas no Brasil: inépcia e ideologia
É preciso evidenciar a natureza terrível da dependência química e estigmatizar o consumo de crack, não o consumidor
O debate sobre o consumo de cocaína no Brasil pode e deve ser uma pauta em 2014. O que se deve rejeitar é a inércia e a multiplicação da pirotecnia na área. O que tem de ser feito não é mistério: combater o tráfico, promover campanhas educacionais e tratar os dependentes químicos. Nada disso vem sendo executado a contento.
Para os céticos sobre a gravidade do problema, conviria mencionar um estudo da União Europeia noticiado pela Folha, segundo o qual o Brasil é considerado hoje o epicentro do narcotráfico mundial.
Passou a ser "um refúgio para chefões do tráfico da América Latina, ponte principal para distribuição da droga produzida no continente para a Europa, provedor de produtos químicos para a produção de algumas delas e também agora um importante mercado consumidor. O país virou a base das novas rotas do tráfico mundial, que passa pela África para seguir à Europa e à Ásia".
Estima-se que 2,5 milhões consomem a droga --o segundo mercado do mundo. Essas são as vítimas diretas. As indiretas são 7,5 milhões, incluindo familiares. Mencione-se a população, que paga o preço da violência urbana no cotidiano.
O crack, derivado da cocaína, ampliou a difusão da droga no mundo. Mas há uma particularidade no caso brasileiro: uma pedra de crack custa uma pechincha: R$ 2. Dezenas de vezes menos do que nos Estados Unidos ou na Inglaterra. Isso porque desenvolveu-se no Brasil nos últimos 12 anos uma eficiente rede de pequenos traficantes.
Além do mais, somos vizinhos de três grandes produtores da matéria-prima: Colômbia, Peru e Bolívia. São 8.000 quilômetros de fronteiras, as mais escancaradas do mundo. Mas a Polícia Federal não tem efetivo nem equipamentos para fazer seu trabalho. Nem o governo dá prioridade ao assunto. A Bolívia é de longe o principal fornecedor. Por que não usar a ajuda econômica que o Brasil dá a esse país para induzi-lo a encolher a produção e o contrabando? Sobra propaganda, como a do avião-morcego sem tripulantes, que sumiu sem ter aparecido, para filmar o tráfico nas fronteiras...
Em parte, a inépcia explica a inação. Mas a falta de vontade tem um papel relevante. Basta lembrar que a Secretaria Nacional Antidrogas nega que haja uma epidemia de crack no Brasil e que o PT resiste à internação de dependentes químicos para desintoxicação, recusando dinheiro do SUS para essa atividade. Além disso, a política externa é leniente com os aliados do governo boliviano e das Farc colombianas, hoje grandes agentes do narcotráfico.
A luta contra a droga exige, além da assistência às vítimas, cortar a oferta e a demanda. A omissão nesse último caso tem sido surpreendente. Faltam campanhas educacionais intensas e abrangentes, a exemplo do que foi feito com o cigarro, que, diga-se, é menos letal.
A experiência das medidas e campanhas antitabagistas no Brasil, iniciadas no governo FHC e consagradas internacionalmente, derrubaram à metade a proporção de fumantes do país, mas não serviu de inspiração aos governos petistas.
É preciso evidenciar, especialmente aos jovens e suas famílias, a natureza terrível da dependência química. Mais claramente: é preciso estigmatizar não o consumidor, mas o consumo do crack. De forma inteligente, intensa, prolongada, convicta e não envergonhada.
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Fala-se em todos os cantos do Congresso Nacional que o também ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves usa cocaína. E, claro, Zezé Perrella é aliado político do pré-candidato tucano à Presidência da República.
Nenhum repórter tocou no assunto. Mas no Congresso do PT, os militantes petistas entoaram o seguinte refrão : "Sou brasileiro e não me engano. A cocaína financia os tucanos".
Para finalizar, veja o vídeo censurado de Aécio Neves chapado no Rio de Janeirto. http://m.youtube.com/watch?v=ePY4KObHUHk

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