domingo, 26 de janeiro de 2014

5 animais (biologicamente) imortais



 
A chegada de uma nova primavera não traz só flores. Nosso corpo é marcado pela passagem do tempo: lentamente, perdemos os melanócitos que dão cor aos cabelos e o colágeno da pele, a cartilagem dos ossos se enfraquece, nossas células e órgãos já não funcionam a todo vapor como na juventude e deixam de cumprir funções cruciais. E aí, já viu – não há caminho de volta. Apesar da data de expiração ser incerta, nosso corpo parece ter um prazo de validade. Ou melhor, é isso que acontece com a maioria das espécies do planeta, com exceção de um grupo especial: aquele formado por animais que possuem o que a ciência chama de “envelhecimento desprezível”.
Em bom português, isso significa que as células de alguns seres felizardos se mantêm em um ciclo de renovação constante, sem sofrerem com o declínio natural que nós humanos, por exemplo, experimentamos. Ou seja, para dar fim à existência destes animais, é preciso apelar para “morte matada” já que eles são (biologicamente, ao menos) imortais. Conheça 5 destes seres incríveis:
1. Hidras Os seres do gênero Hydra parecem ter tirado a sorte grande na loteria da vida. A maioria dos organismos animais sofre um processo de deterioração que aumenta a possibilidade de morte com o avançar da idade cronológica, chamado de senescência. As células que entram neste processo natural de envelhecimento perdem a capacidade de reprodução e regeneração. Mas isso não acontece com as hidras. Estudos apontam que estes seres são capazes contornar o envelhecimento renovando constantemente os tecidos de seu corpo. Ao que tudo indica, as hidras podem ter escapado da senescência e serem, potencialmente, imortais.
2. Rockfish (Sebates aleutianus) Eles não vivem para sempre – mas chegam perto. É também uma insignificante apresentação de senescência que garante a esse peixe do Pacífico enorme longevidade. Além de seu marcante tom vermelho, o rockfish tem outras características que o distinguem no reino animal – com uma reduzida taxa de envelhecimento, espécimes deste peixe podem chegar a viver 205 anos na natureza. Nada mal.
3. Tartarugas Blandingii (Emydoidea blandingii) Natural da América do Norte, esta tartaruga semi-aquática de queixo amarelo pode ultrapassar a marca de 80 anos. Oito décadas pode não ser sinônimo de “vida eterna”, mas é uma idade respeitável, ainda mais considerando uma particularidade destes seres: uma vez que atingem a vida adulta, as tartarugas Blandingii parecem não envelhecer. Além de terem baixa senescência, estudos indicam que os espécimes mais velhos curtem a vida adoidado e se reproduzem mais que os companheiros mais jovens.
4. Planárias As planárias são vermes planos que intrigam cientistas por sua alta capacidade regenerativa. Se cortados, transversal ou longitudinalmente, esses bichinhos feios são capazes de regenerar suas partes perdidas, originando vermes completos. Quero ver você fazer isso em casa. Este surpreendente super poder, aparentemente ilimitado, faz com que as planárias sejam consideradas praticamente imortais.

5. Água-viva imortal (Turritopsis dohrnii) O que é imortal não morre no final” (LEAH, Sandy) Esta espécie de água-viva é o “Benjamin Button” do oceano. Encontrado em 1988 pelo então estudante de biologia marinha Christian Sommer, este curioso ser exibiu um comportamento que intrigou o pesquisador alemão: a água-viva se recusava a morrer. Mais que isso, parecia estar seguindo o caminho inverso, tornando-se cada vez mais “jovem”, em uma regressão que a levou de volta à sua primeira fase de desenvolvimento. Pã. Chegando lá, começou um novo ciclo de vida. Duplo pã. Foi apenas em 1996 que um estudo sobre a reveladora descoberta foi publicado – contrariando o que consideramos o ciclo natural da vida (que inclui a inevitável morte), a Turritopsis dohrnii é capaz de voltar ao seu primeiro estágio de vida em qualquer fase de seu desenvolvimento, escapando da morte e alcançando potencial imortalidade. Não bastasse isso, a espécie ainda é espertinha – pegando carona em cascos de navios, a Turritopsis hoje é encontrada não apenas na região do Mediterrâneo, mas também nas costas de Panamá, Espanha, Japão e Flórida, parecendo ser capaz de sobreviver e se proliferar em todos os oceanos do mundo. Limitações tecnológicas ainda impedem que pesquisadores determinem o que exatamente permite que o bichinho viva para sempre, mas é bom ficar atento: se descobrirem o segredo desta água-viva, isso pode também afetar nossa mortalidade. Quem viver, verá.

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