Trabalhadores foram feridos por homens encapuzados; além de policiais, filho de fazendeiro teria participado da emboscada |
(R7) Deputados mineiros denunciaram, nesta quarta-feira (22), que policiais militares teriam participado do ataque a quilombolas que deixou 13 feridos em Verdelândia, no norte de Minas, no último domingo (19). Um dos líderes de acampamento afirmou em audiência na Assembleia Legislativa que foi impedido de registrar boletim de ocorrência em uma tentativa de homicídio. Com a situação, parlamentares pediram a intervenção da Força Nacional de Segurança e da Polícia Federal no norte de Minas.
Segundo o presidente da associação quilombola Arapuim, Valdomiro Alves da Silva, nove homens armados invadiram o acampamento na Fazenda Morro Preto se dizendo policiais militares. Além dos tiros, tudo foi incendiado e as plantações ficaram destruídas.
Outro líder, José Carlos de Oliveira Neto, afirma ter sido alvo de um atentado provocado por um funcionário do prefeito da cidade, dono da fazenda Brejo dos Criolos. Ao tentar registrar o boletim de ocorrência, teria sido impedido pelos policiais militares. O documento só foi assinado quando o quilombola entrou em contato com outras autoridades.
Força Nacional
Para o deputado federal Padre João (PT), a Polícia Militar pode ter sido omissa no caso.
— O que a PM está fazendo é inadmissível já que está dando cobertura para bandidos, entre eles o prefeito de Varzelândia.
O deputado estadual Rogério Correia (PT) defende a intervenção da Força Nacional na região.
— Se a Polícia Militar não defende os quilombolas, as forças nacionais têm que garantir a defesa desses cidadãos.
A representante da Fundação Palmares, Dora Bertúrio, afirmou que policiais militares estão atuando como “jagunços” dos proprietários das fazendas ocupadas.
Outro lado
Procurada pela reportagem, a Polícia Militar ainda não respondeu às acusações dos parlamentares.
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