O ex-prefeito de Lucélia e hoje empresário, Carlos Ananias Campos de Souza, foi preso preventivamente na manhã desta terça-feira (14) em uma operação do Ministério Público do Estado de São Paulo, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Bauru. A Polícia Militar chegou na casa dele por volta das 6h e apreendeu documentos. Em seguida, as autoridades foram até o posto de combustíveis dele, onde computadores também foram apreendidos. Ele foi encaminhado ao Fórum do município para prestar depoimento.
A operação, denominada “Colludium”, teve como objetivo cumprir sete mandatos de prisão e 27 de busca e apreensão em diversas cidades do Estado de São Paulo, a fim de desbaratar uma organização criminosa composta por empresários do ramo de fabricação de embalagens plásticas que atuava fraudando licitações e superfaturando preços no interior e na capital do estado, além atuar em Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná.
De acordo com o Ministério Público, estima-se que o grupo todo tenha recebido de prefeituras do Estado de São Paulo, faculdades, hospitais e outras entidades públicas montante superior a R$ 100 milhões nos últimos dois anos.
Os empresários são investigados pelo crime de fraude em processo licitatório, formação de quadrilha, formação de cartel e corrupção. “O grupo investigado mantinha dominância do mercado 'comprando' a desistência de participantes da licitação, revezando-se nas 'vitórias' dos certames, superfaturando extraordinariamente os valores de produtos e contando, no mais das vezes, com a ajuda criminosa de funcionários públicos do interior dos respectivos órgãos, com e sem pagamento de proprina”, explica o Gaeco em nota.
A ação contou com a participação de nove promotores de Justiça e pelo menos 100 policiais. As prisões são resultado de cerca de dez meses de investigações feitas pelo Ministério Público.
Outro lado
De acordo com o advogado do ex-prefeito, Rodrigo Aparecido Fazan, Souza se declara inocente e diz que não sabe como o nome dele foi relacionado ao esquema de fraudes em licitações.
Em entrevista ao G1, Fazan disse que irá para São Manuel (SP), na região de Bauru, para acompanhar o processo, que tramita nesta cidade. “O envolvimento dele está relacionado ao fato de ser gerente de uma empresa de sacos de lixo, porém ainda não se sabe exatamente do que ele é acusado”, relata.
O advogado informa que o ex-prefeito permanecerá por cinco dias em prisão temporária na Delegacia da Polícia Civil, em Lucélia.
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