O ex-deputado Eduardo Azeredo (PSDB-MG) correu para ver se o bicho não pega. A manobra de renunciar ao mandato de deputado para perder foro privilegiado visa retardar a provável condenação até conseguir que prescreva, mas também visa reduzir danos políticos.
O mensalão tucano contamina diretamente tanto a candidatura presidencial de Aécio Neves, como a candidatura a governador de Pimenta da Veiga (PSDB-MG). Para eles, quanto mais mantiver o assunto longe do noticiário, melhor. O julgamento colocaria o mensalão tucano em evidência por semanas, pelo menos. Mesmo que, por ter só dois réus, seja curto, além do julgamento, haverá noticiário da prisão. E não se sabe até que ponto Azeredo estaria disposto a ser sacrificado sozinho, sem abrir a boca.
Além disso, Aécio e Pimenta da Veiga aparecem, de uma forma ou de outra, enrolados no esquema. Pimenta, para justificar ter recebido dinheiro do valerioduto, disse ter sido advogado das empresas de Valério. O nome Aécio aparece em uma lista como suposto receptor de dinheiro do valerioduto em 1998. Esses fatos serem lembrados e relembrados com o julgamento de Azeredo não seria nada bom para o PSDB.
Não se sabe se o STF irá atender a manobra de Azeredo e mandar o processo para a primeira instância, coisa que recusou-se a fazer no caso do Ação Penal 470 que atingiu petistas.
Não seria nada bom para a imagem do STF usar dois pesos e duas medidas, mais do que já foi usado. Mas ainda que as costas quentes dos tucanos no STF consiga abafar o julgamento jogando-o para primeira instância, os tucanos ficarão com a imagem da impunidade. Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come.
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