quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

PERDEU A GRAÇA - Dilma, enfim, resolve mudar comando da Petrobras


Um erro grosseiro na comunicação do já controverso balanço trimestral da Petrobras foi, com perdão pelo lugar comum, a gota de óleo que faltava para entornar o copo da paciência da presidente Dilma Rousseff. Dona Presidenta decidiu colocar um ponto final na gestão da amiga Graça Foster no comando da maior empresa do país, tragada para uma crise sem precedentes na sua história de 60 anos pela mistura sempre deletéria da incompetência misturada à corrupção. Foi mais um episódio em que a teimosia da presidente ante as evidências dos fatos cede espaço para um meia-volta quando o leite anda bem derramado.
O atraso na divulgação do balanço em quatro meses não foi suficiente para evitar a trombada entre o comando da Petrobras e o Palácio do Planalto. Por erro de comunicação, a que se adiciona a má vontade, ou burrice mesmo de alguns jornalistas ditos econômicos, uma nota explicativa no balanço da Petrobras informava que a empresa carrega, no seu balanço não auditado, ativos supervalorizados, ou avaliados acima de seu valor de face, como queira, em espantosos 88,6 bilhões de reais. Sem mais nem menos, o número que mostra descompassos de várias origens, virou o que seria o tamanho do buraco que a mão boba dos corruptos deixou na estatal. 

A presidente chegou à conclusão de que chegara ao fim o ciclo de Graça Foster na direção da empresa, que um dia foi o orgulho de todos os brasileiros. Conversaram na tarde da terça-feira (3) e acertaram, como antigas camaradas, a estratégia de que Graça ganha uma sobrevida na Petrobras até o final do mês, tempo suficiente para tentar fazer uma faxina minimamente razoável nas marcas de óleo cru que mancha a reputação da empresa. Foi o que bastou para que as ações das empresas disparassem na Bolsa de Valores, com valorização superior aos 15% ao cabo de poucas horas. 

O site Brasil2/4/7=13, que teve a graça de se transformar na leitura preferida de 11 entre 10 cabeças coroadas do petismo, tenta emplacar, desde ontem, o nome do banqueiro e ministro Henrique Meirelles, presidente do Banco Central nas gestões Lula, para tentar recolocar a estatal brasileira do óleo e gás no seu destino de potência empresarial aqui e alhures. O nome de Meirelles, por sinal, teria sido sugerido à Dona Presidenta pelo próprio Lula, o velho conselheiro neste nosso esquisito presidencialismo de dois gêneros. Lula, aliás, tenta emplacar o banqueiro Meirelles em toda vaga de responsa que aparece na administração.

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