segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

PF procura um dos 11 operadores do esquema de corrupção na Petrobras - Na lista completa, estão: - Zwi Skornicki; - Milton Pascowitchi; - Shinko Nakandakari; - Mario Frederico Mendonça Goes; - Atan de Azevedo Barbosa; - Cesar Roberto Santos de Oliveira; - Guilherme Esteves de Jesus; - Bernardo Schiller Freigurghaus; - Luis Eduardo Campos Barbosa da Silva; - João Vaccari Neto; - Augusto Amorim Costa.


Passa de R$ 3 milhões o valor apreendido em uma das empresas acusadas.
Um diretor da metalúrgica Arxo, João Gualberto Pereira, se entregou à PF.

Ana Zimmermann
Curitiba, PR









A Polícia Federal está à procura de um dos 11 operadores do esquema de corrupção na Petrobras que está foragido. Passa de R$ 3 milhões o valor apreendido em uma das empresas acusadas de envolvimento no desvio de dinheiro. Os policiais federais estiveram na empresa que fica em Santa Catarina nesta semana na nona etapa da Operação Lava Jato.
São R$ 3,186 milhões em cédulas de vários países. Para contar todo este dinheiro, apreendido na sede da empresa Arxo, em Santa Catarina, os policiais precisaram de máquinas de banco.
Um diretor da metalúrgica, João Gualberto Pereira, se entregou na sexta-feira (6) à Polícia Federal. A prisão temporária dele foi decretada, assim como a do diretor financeiro e de um funcionário da empresa. Os três estão na carceragem da PF em Curitiba.
Em depoimento ao Ministério Público Federal, uma ex-gerente da Arxo disse que a metalúrgica recebia informações privilegiadas da Petrobras, e que, em troca, pagava de 5% a 10% do valor dos contratos fechados para funcionários da estatal.
Em nota, a Arxo negou as acusações, e disse que instaurou uma auditoria para apurar indícios de desvio de valores cometidos pela ex-funcionária.
Para descobrir como funcionava o pagamento de propina, nesta e em outras empresas, o Ministério Público Federal contou com o depoimento de Pedro Barusco, ex-gerente da Petrobras.
Segundo Barusco, as empresas pagavam a ex-diretores da estatal para conseguir contratos. Quem entregava o dinheiro, sem deixar rastro, eram os chamados operadores. Eles faziam a lavagem deste dinheiro.
De acordo com Pedro Barusco, um dos principais operadores do esquema era Mário Goes. Barusco disse que Mário Goes atuava para Renato Duque, então chefe da diretoria de serviços da Petrobras. Pela diretoria de serviços teriam passado entre US$ 150 milhões e US$ 200 milhões destinados ao PT.
Mário Goes teve prisão preventiva decretada e é considerado foragido. Além dele, o Ministério Público identificou outros dez operadores, entre eles, João Vaccari Neto, tesoureiro do Partido dos Trabalhadores.
Na lista completa, estão:
- Zwi Skornicki;
- Milton Pascowitchi;
- Shinko Nakandakari;
- Mario Frederico Mendonça Goes;
- Atan de Azevedo Barbosa;
- Cesar Roberto Santos de Oliveira;
- Guilherme Esteves de Jesus;
- Bernardo Schiller Freigurghaus;
- Luis Eduardo Campos Barbosa da Silva;
- João Vaccari Neto;
- Augusto Amorim Costa.

O Ministério Público acusa os 11 supostos operadores de oito crimes, entre eles, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva e fraude em licitações.
Na delação premiada, o ex-gerente da Petrobras, Pedro Barusco, revelou que João Vaccari não era a única pessoa que operava para o PT. Segundo o depoimento, Zwi Skornick, que representava o estaleiro Kepell Fells, era responsável por transferências bancárias de propinas ao PT e ao próprio Barusco em uma conta na Suíça.
Esta nova fase da operação ainda faz parte das investigações, quando a polícia tenta obter provas. Desde o início da Operação Lava Jato, em março, a Justiça já aceitou provas para dar início a 18 processos penais. Só na etapa que envolve as empreiteiras, são 36 réus, incluindo diretores, executivos, e até o presidente de uma das empresas.
Os depoimentos das testemunhas de acusação continuam até a próxima sexta-feira (13).
A defesa de João Vaccari Neto negou as acusações de que o tesoureiro do PT seja um operador do esquema de desvio de dinheiro da Petrobras. Os advogados disseram que faz parte da atribuição do tesoureiro do PT a solicitação de dinheiro para o partido, e que as doações, quando feitas, ocorreram de forma legal.
O Partido dos Trabalhadores afirmou que recebe apenas doações legais.
Zwi Skornicki não quis se manifestar sobre a reportagem.
Renato Duque nega todas as acusações.
A defesa de Shinko Nakandakari disse que ele vai prestar esclarecimentos às autoridades.
O Jornal Hoje não conseguiu contato com o estaleiro Kepell Fels e com os demais acusados.

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