sábado, 27 de junho de 2015

Placa informa a construção da primeira etapada do futuro Parque Uirapuru: a pequena-grande distância entre o sonho e a realidade (Imagem: Clever Ignácio)

A MAQUETE

NO 22 JUNHO 2015.
 
Placa informa a construção da primeira etapada do futuro Parque Uirapuru: a pequena-grande distância entre o sonho e a realidade (Imagem: Clever Ignácio)
A visita que o deputado estadual licenciado e secretário Desenvolvimento e Integração do Norte e Nordeste de Minas Gerais, Paulo Guedes (PT), fez a Manga para anunciar pacote de obras da Prefeitura local está prestes a completar um mês. Período em que a Prefeitura pouco avançou na execução da frente de obras avaliada em R$ 17 milhões, planejada para ser a redenção da gestão do prefeito Anastácio Guedes (PT), pelo menos no quesito obras. 
A urbanização do Parque Uirapuru, que ficou paralisada há 25 anos, é a vitrine desse pacote de obras e, não por outro motivo, ganhou uma vistosa placa ao lado do canteiro de obras. A placa, que traz a imagem ampliada da maquete do que poderá ser o futuro Parque Uirapuru, informa que a primeira etapa da obra está orçada em R$ 1,1 milhão. Coisa de primeiro mundo e futuro cartão postal da cidade.

No mundo das coisas reais o parque é apenas uma promessa. Há um espaço a separar as maravilhas possíveis de serem criadas no mundo tridimensional do AutoCAD e a verdade objetiva das coisas concretas. Entre uma etapa e outra, sempre há a necessidade de recursos para colocar qualquer projeto de pé. Os manguenses talvez não merecem outra frustração com a urbanização do parque. Não depoois de visto o investimento realizado no local pelo ex-prefeito Humberto Salles ser jogado no lixo - em sentido literal. 

Desde que a atual administração ‘inaugurou’ a maquete ao lado do canteiro de obras da lagoa, o assunto divide as opiniões da população local entre os sempre crédulos, os desconfiados com um ‘troço’ bom demais para ser verdade, e aqueles totalmente céticos na capacidade da administração de sair da letargia que marcou esses 2,5 anos de existência. Seja como for, daqui a exatamente um ano será dada a corrida para a sucessão do prefeito Anastácio, com a definição das alianças e dos nomes dos candidatos.
É esse o tempo de que o deputado Paulo Guedes, na prática o verdadeiro prefeito de Manga, dispõe para reverter expectativas e mostrar ao eleitor que valeu esperar pelo dia em que o PT alcançaria a hegemonia nas três esferas de poder. Guedes ainda deve ao povo do município onde se lançou para a política algum tipo de resposta que justifique a hegemonia política que conseguiu por lá. Concluir o Parque Uirapuru, mesmo sem a viagem na maionese do autor do projeto exibido na maquete, seria um gol de placa [sem nenhum trocadilho] do deputado.
 Imagem de computador do que será o Parque e as máquinas em uso no canteiro de obras 
A política, como o petista Guedes não cansa de repetir, é prenhe em possibilidades. Legítimo então esperar que, dentre elas, aconteça aquela, uma que seja, capaz de alocar os recursos que ainda faltam para concluir o Uirapuru, de preferência com o verde que tanta falta faz à paisagem local. Uma emenda parlamentar de deputado amigo ou um convênio, uma sobra de caixa... Qualquer coisa. 
A Prefeitura de Manga, como é sabido, não tem caixa para tocar a obra. No máximo vai se limitar a fazer esse horroroso ‘cimentão’ ,que vai servir como espaço para festas e eventos, mas que terá como destino mais óbvio tornar ainda mais insuportável o calor típico do semiárido. A Prefeitura tem pressa para concluir essa 'primeira etapa’ até o feriado do Sete de Setembro, quando pretende realizar mais uma festa. Depois disso ainda não se sabe como vai ficar o Parque Uirapuru, mas certamente muito longe da promessa estampada na placa.
Tumulto
A maquete, contudo, parece ter chamado a atenção da, até aqui, inexistente oposição no município. Surgiram com força nos últimos dias ruídos de que está em curso uma investigação para saber o que motivou a dispensa da licitação na obra do Parque Uirapuru. Noutra frente, os adversários de Paulo Guedes estão atrás de supostos desvio de função no uso da frota que o Ministério do Desenvolvimento Agrário doou para o município. Tratores e caminhões desse pacote estariam sendo usados nas obras de limpeza e preparação do terreno. 
As fontes ouvidas pelo site não confirmaram esse movimento, que teria o objetivo de desembocar na Câmara Municipal como pedido de abertura de comissão processante. O objetivo da manobra nem seria a cassação de Anastácio, mas o de criar as condições reais para desestabilizar sua administração.
Em conclusão, uma simples maquete pode até não virar obra no mundo das coisas palpáveis, mas tem algum efeito em antecipar a corrida pela sucessão à cadeira de prefeito. 

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