(Por Elton Paixão) De forma estranha e num passe de mágica, caminhões carregavam álcool etílico em Jaíba da empresa Sada, na parte da manhã com destino a cidades do Nordeste e no mesmo dia, na parte da tarde estavam carregando o produto novamente. A fraude foi descoberta sendo que empresários investigados sonegavam impostos simulando a saída do produto para empresas de fachada.
A justiça mineira desencadeou neste mês operação de combate à sonegação fiscal na comercialização de álcool etílico. Os alvos da operação foram três empresários, dois deles estabelecidos no Espírito Santo e um em São Paulo.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão de documentos e equipamentos de informática nos escritórios dos suspeitos - localizados nos seus estados de origem -, que subsidiarão a comprovação das fraudes fiscais envolvendo 15 empresas de fachada. Para isso, a operação contou com apoio de promotores públicos dos estados de São Paulo e Espírito Santo. Neste primeiro momento da ação, não foi pedida a prisão dos suspeitos.
Segundo investigação da Receita Estadual em Montes Claros, o álcool era retirado de uma usina sediada em Jaíba, e era simulada a remessa, por meio de notas fiscais tendo como destinatárias diversas empresas de fachada, abertas nos estados da região Nordeste do país, com preponderância no município de Caxias, no Maranhão.
Os investigados obtinham inscrições estaduais como indústrias químicas, mediante o uso de documentos falsos (alvarás, comprovantes de endereço etc). Dessa forma, o álcool adquirido na usina jaibense era faturado para outros fins, cuja tributação de ICMS é inferior, mas desviado para uso automotivo em Minas Gerais, sendo entregue ilegalmente em postos de combustíveis.
A investigação da Receita Estadual começou há cerca de seis meses, quando houve a suspeita em função dos grandes volumes de álcool enviados para as supostas empresas do Nordeste brasileiro. Além das buscas de documentos, o Juízo da Comarca de Manga determinou o bloqueio de bens e valores correspondentes a R$ 12.222.038,12, equivalentes aos danos tributários. O montante de álcool envolvido na fraude é de R$ 82 milhões.
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