terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Montes Claros MG. Prefeito ataca MPF - Ruy Muniz chama ação de imbecilidade e provoca Ministério Público



Durante audiência, o prefeito Ruy Muniz criticou a ação do MPF
O prefeito Ruy Muniz aproveitou a audiência pública da Comissão de Finanças, Orçamento e Tomada de Contas da Câmara Municipal para atacar o Ministério Público Federal, ontem de manhã, taxando de imbecilidade a ação movida pelo Ministério Público Federal contra ele e sua esposa, a deputada federal Raquel Muniz. Ele assumiu que transferiu a Associação de Promoção e Assistência Social para dentro da Soebras e alega que cumpriu orientação do Ministério Público de Minas Gerais, através do promotor Felipe Gustavo Gonçalves Caires. O prefeito ataca o Ministério Público Federal e especificamente o procurador federal André Vasconcelos Dias com o intuito de afastá-los das investigações e levantar suspeitas sobre o mesmo.
A audiência foi realizada com o objetivo de discutir o orçamento de 2016, mas acabou com o prefeito desviando o foco. Na sua metralhadora giratória, Ruy Muniz atingiu até mesmo o ex-prefeito Antônio Lafetá Rebello, alegando que pegou a Prefeitura em 2013 com dívidas deixadas por ele e todos outros prefeitos dos últimos anos e quitou quase todos precatórios. Ele não deu importância para o puxão de orelha que recebeu do vice-prefeito José Vicente, que o antecedeu na tribuna legislativa e o sugeriu mudar a política da administração e mostrar o que está sendo feito, já que haverá sempre criticas.
Muniz considera que foi a mão de Deus que o colocou como prefeito, para fazer as mudanças que Montes Claros precisa, pois não tem vínculo com nenhum grupo econômico da cidade. Lembrou que a APAS sempre foi privada e que é vergonhosa a armação contra sua pessoa. Nesse aspecto salientou que a Câmara Municipal aprovou o repasse de R$ 1,5 milhão, mas o Ministério Público através do procurador Felipe Caires mandou afastar sua esposa, Raquel Muniz, por seis meses para a APAS receber a verba ou então mudaria a diretoria e de endereço, não podendo ficar dentro da Prefeitura e ainda para mudar o estatuto.
Ele salienta que isso o levou a instalar a APAS na Soebras, onde tem profissionais com competência e afirma que em nenhum momento tem laranjas. Muniz afirma que o hospital não é dele e nem de Raquel, mas sim da Soebras. Cita que a ação movida pelo procurador André Vasconcelos, se existir algum problema, é de evasão de divisas e alegam que ele teria levado dinheiro para a Alemanha, quando a compra de R$ 8 milhões ainda não foi pago. Muniz lembra que o estão acusando de advocacia administrativa e que realmente saiu em defesa do Hospital das Clinicas e de qualquer coisa que for de interesse de Montes Claros e por isso, a denuncia é uma imbecilidade cabal e que se desejarem o provocar, façam com outros motivos.
Orçamento tem financiamento de R$ 300 mi e verba da Copasa
A procura de criar uma imagem de uma administração que fez crescer Montes Claros, o prefeito Ruy Muniz inseriu no Orçamento de 2016 alguns absurdos: o financiamento de R$ 300 milhões com o Banco Interamericano de Desenvolvimento e ainda R$ 50 milhões pela concessão onerosa de água e esgoto de Montes Claros. O secretário municipal de Planejamento, Wagner de Paulo Santiago, explica que inseriu esses dois itens, pois existe estimativa da liberação dos recursos em 2016 e que é melhor incluir na peça orçamentária do que depois inserir o conteúdo de forma isolada. O orçamento deverá ser votado no dia 15 de dezembro.
O orçamento de Montes Claros é de R$ 1,472 bilhão, sendo R$ 957,8 milhões com a receita corrente e R$ 590,7 milhões especificamente para obras. A Saúde terá R$ 447,6 milhões e a educação com R$ 300,3 milhões. Porém, diante da polêmica sobre a inclusão dos recursos para a media e alta complexidade produzida pelos hospitais, estimados em R$ 198 milhões, o prefeito Ruy Muniz autorizou sua bancada de vereadores, mais conhecida como “Bancada Lagartixa”, de retirar esse montante do orçamento. Porém, em mensagem cifrada, alertou aos vereadores que o repasse da Câmara Municipal, de R$ 18, 710 milhões, cairá para R$ 15 milhões. Ninguém compreendeu qual o objetivo do alerta que ele mandou.
O salário dos servidores municipais terá 10% de aumento no mês de abril, o que desagradou ao presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais, Flávio Oliva, pois ele lembra que o acordo foi realizado de 20%, com 10% em 2015 e mais 10% em 2016, quando a inflação era de 6%. Porém agora a inflação é de 10% e na verdade, estará sendo repassada apenas a taxa de inflação, sem nenhum ganho para os servidores, que perderam vários benefícios. Ele pediu a revisão dessa política salarial para os servidores municipais.
A grande polêmica foi provocada pelo corregedor municipal, Geraldo Antônio Guimarães, que é delegado da Polícia Federal, pois afirma que criou varias medidas de prevenção e combate a corrupção, mas ninguém até hoje se interessou em saber como é este trabalho. Citou que foram registrados quatro casos de pedofilia em escolas municipais e três envolvidos foram demitidos, pois eram contratados. Um professor efetivo não recebeu nenhuma punição administrativa, pois a lei atual o protege. O corregedor afirma que mandou os quatro casos para a Delegacia de Polícia, para os acusados responderem a inquérito criminal.

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