terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Montes Claros MG. Repelente indicado para grávidas está em falta - Procura cresceu após governo relacionar zika vírus com microcefalia. Farmácias não têm previsão de quando estoque será renovado.

Thathiane Braga está com 14 semanas de gestação e espera o primeiro filho (Foto: Michelly Oda / G1)Thathiane Braga está com 14 semanas de gestação e espera o primeiro filho (Foto: Michelly Oda / G1)

Thathiane Braga mora em Montes Claros (MG) e espera ansiosa pela chegada do primeiro filho. A gestação seguia tranquila até que o Ministério da Saúde divulgou que foi identificada a presença de zika vírus em um bebê nascido com microcefalia no Nordeste. A auxiliar administrativo, que já faz acompanhamento desde o início da gravidez, atualmente com 14 semanas, foi orientada pela médica a usar um repelente à base de icaridina. Mas como a procura pelo produto cresceu rapidamente, as farmácias da cidade não estão conseguindo atender a demanda.
“A minha obstetra passou um repelente à base de icaridina, eu consegui uma unidade e estou procurando diariamente, inclusive chego a ligar seis vezes por dia nas farmácias para ver se consigo comprar outro. ”, fala Thathiane, que cancelou viagens para o Nordeste depois da notícia.
São muitas perguntas e pouquíssimas respostas sobre a relação do vírus com a microcefalia"
Thathiane  Braga
O G1 fez um levantamento nas cinco maiores redes de farmácia de Montes Claros e em nenhuma delas foi encontrado o repelente à base de icaridina e não há previsão de quando o produto estará disponível nas lojas.

“O repelente com icaridina protege mais no sentido de que tem uma durabilidade maior, de cerca de 10 horas. Mas as gestantes que não encontrarem o produto com essa substância podem usar outros tipos, o importante é que elas se protejam”, explica a dermatologista Uxcilene Melo.

O empresário Linton Guedes, que tem 25 farmácias na cidade, conta que, atualmente, não é possível comprar o repelente nas lojas.
Aedes aegypti é o vetor de transmissão da dengue, sa zika e da febre chuikungunya (Foto: MS/Divulgação)
Aedes é vetor da dengue, das febres chikungunya e
amarela e outras enfermidades mais raras
(Foto: MS/Divulgação)
“Vai chegar uma quantidade grande, o que tínhamos acabou rapidamente, estamos com uma lista de 120 pessoas esperando pelo produto. A demanda cresceu a nível de Brasil, então o laboratório não está conseguindo supri-la”, fala.
Além de seguir as recomendações médicas, a gestante Thathiane Braga também mobilizou vizinhos e colegas de trabalho, com distribuição de panfletos e visitas, para alertar sobre os perigos oferecidos pelo Aedes aegypti.

“A gente quer ter uma gestação saudável, quer receber uma criança com saúde em casa, por isso é preciso a atenção redobrada, e é preciso contar com a ajuda de toda a população para que cada um faça um pouquinho , que tire 10 minutos por dia para verificar a casa, não basta só que eu faça a minha parte, todos também precisam fazer”.

Casos investigados
Em Montes Claros, estão sendo investigados três casos de bebês com microcefalia, a intenção é descobrir se há relação deles com o zika vírus. Duas das crianças são gêmeas e nasceram em novembro, a terceira nasceu no início de dezembro.


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