segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

População queima casa do Prefeito, de vereadores, toca fogo na Câmara e joga o carro do gestor no rio -14/01/2016 Coarí Amazonas.




Povo revoltado


Aconteceu no último dia 14, um fato inusitado na cidade de Coari, no estado do Amazonas. A casa do prefeito e a Câmara Municipal foram invadidas e incendiadas, durante protesto de funcionários públicos que estão com salários atrasados, e também, de mototaxistas que estariam revoltados com as taxas impostas pelo executivo municipal.
Além da casa do prefeito Igsson Monteiro (PMDB) , os manifestantes incendiaram a Câmara Municipal da cidade, depredaram e saquearam a casa de três vereadores e jogaram o carro do gestor no rio Solimões.
O titular da Delegacia Interativa de Coari, delegado Luis Fernandes, teve que pedir reforço da PM que enviou para a “Terra do Petróleo”, como Coari é conhecida, cerca de 60 policiais militares do Batalhão de Choque. De acordo com informações do delegado, aproximadamente 400 manifestantes se reuniram na frente da casa do prefeito para protestar contra a falta de pagamento de salários que se arrasta desde o mês de agosto. Alguns dos funcionários estariam sem o décimo salário.
Casas e câmaras foram queimadas pelo povo revoltado

A situação saiu do controle e os manifestantes invadiram as duas casas do prefeito, localizadas no Centro e no bairro Tauamirim, onde destruíram eletroeletrônicos, móveis, e depois, incendiaram as residências que ficaram completamente destruídas. Em seguida, eles incendiaram a Câmara Municipal e saquearam a casa de três vereadores, Igseu, conhecido como Bat (PMDB), que é presidente da Câmara e irmão do prefeito, além dos vereadores Passarão (PTC) e Saluciano Junior (PMDB).
Conforme a Polícia Civil, durante a revolta, um mototaxista foi preso por incitar a violência. Mas ele foi liberado logo em seguida. O chefe da assessoria de comunicação da Polícia Militar, major Luiz Navarro, Coari ganhou reforço de policiais militares de cidades próximas e, também, do Batalhão de Choque.
Coari e escândalos
Coari é conhecida no Amazonas como a “Terra do Petróleo” por conta da instalação da Petrobras na cidade. Embora seja rica no gás e petróleo, Coari é manchada pelos crimes ocorridos na cidade como corrupção e a rede de prostituição infantil, que era comanda pelo ex-prefeito de Coari, Adail Pinheiro. Este está preso desde fevereiro do ano passado, em um Batalhão da PM, em Manaus. Adail é suspeito de comandar uma rede de prostituição que envolvia vítimas com idades de 10 a 13 anos de idades na cidade. Ao menos sete pessoas foram presas e condenadas por integrarem o grupo de exploração sexual em Coari e Manaus. Adail foi condenado por favorecimento a prostituição infantil a 11 anos e 10 meses de cadeia em regime fechado. Mas como corre risco de morte, ele permanece em uma batalhão da PM.
No dia 13 deste mês, o ex-prefeito foi condenado mais uma vez por unanimidade pela Corte do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), a 1 ano e dois meses em regime aberto, com pagamento da pena em serviços comunitários, por descumprimento de ordem judicial.


Em um ano, Coari foi administrada por quatro prefeitos. 
A Prefeitura de Coari foi administrada pelo ex-prefeito Adail Pinheiro de 1º de janeiro de 2013 até 8 de fevereiro de 2014, quando foi preso por suspeita de exploração sexual de crianças e adolescentes e levado para Manaus. No lugar dele, o vice-prefeito eleito, Igson Monteiro, assumiu a administração do município. Meses depois, Igson renunciou ao mandato e no lugar dele assumiu o presidente da Câmara, Iliseu Monteiro, irmão de Igson.
Em março do ano passado, os vereadores afastaram Iliseu do comando da Câmara, consequentemente, da Prefeitura de Coari.
Em nova eleição da Mesa Diretora do Poder Legislativo, os vereadores elegeram Iranilson Medeiros, que também virou prefeito até que Raimundo Magalhaes assumisse o cargo, em abril.

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