domingo, 21 de fevereiro de 2016

Prefeitura de Januária retoma capeamento com massa asfáltica sobre paralelepípedos do centro antigo da cidade

APERTADO DE COSTURA, MANOEL APELA A ASFALTO



A administração do prefeito Manoel Jorge (PT), em Januária, é o que se pode chamar de deserto de obras. O tempo do mandato passou especialmente rápido para o petista, que agora precisa correr contra o relógio se quiser mostrar alguma entrega relevante após quase quatro anos cargo. Cansado de esperar pela ajuda dos aliados Dilma Rousseff e Fernando Pimentel, Manoel Jorge decidiu ir à luta com uma obra de efeito puramente cosmético e eleitoreira.
A Prefeitura iniciou esta semana o asfaltamento de algumas vias do centro da cidade. Não obstante ter quilômetros de ruas da periferia à espera de pavimentação, Manoel Jorge resolveu destinar cerca de R$ 500 mil que teria economizado em recursos próprios para cobrir o tradicional calçamento do centro histórico da cidade com massa asfáltica. Coisas desses governos que se nomeiam voltados para o povo popular – a massa de manobra preferencial do petismo.
A dita obra está cargo da Biotec Engenharia Ltda. Serão ‘asfaltadas’ as avenidas Marechal Deodoro da Fonseca, na saída sul da cidade, circunda o perímetro de acesso ao Paço Municipal e à Casa da Memória de Januária, ali na Praça Artur Bernardes, para depois seguir pela Avenida Padre Henrique até a altura do Mercado Municipal. Ao todo serão capeados 8,7 mil metros quadrados de vias públicas.
O custo anunciado da obra é de R$ 429 mil. O prefeito justifica a iniciava com a alegação de que as irregularidades do piso de paralelepípedo, em boa parte por falta de manutenção por parte do poder público, causam estragos em razão do intenso trafico de veículos.
Sub judice
A obra redentora de Manoel Jorge, entretanto, está sub judice desde que o vereador de oposição Pedro Osório (Rede Sustentabilidade) publicou, no final do ano passado (veja link para o texto ao final deste post), uma espécie de carta aberta endereçada ao Ministério Público, Instituto Estadual de Florestas, Fundação Nacional de Saúde, entre outros, em que fez pedidos de esclarecimentos sobre a decisão do prefeito em aplicar camada de asfalto sobre algumas das tradicionais ruas do centro.
O vereador Pedro Osório avalia que a frente de serviço tem claro viés eleitoreiro. Depois do alerta de Pedro, o promotor do Meio Ambiente em Januária, Lucas Trindade, chamou a assessoria jurídica da Prefeitura de Januária para sugerir ao prefeito que suspendesse temporariamente os serviços, até que fosse possível fazer julgamento mais detalhado das dúvidas levantadas por Pedro Osório. A recomendação fez parar máquinas da Construtora Biotec momentos antes do início da empreitada de Manoel Jorge em busca da reeleição.
O texto distribuído pelo operante e diligente assessor de imprensa da Prefeitura de Januária, José Maria Guedes, não menção a esse imbróglio. Ainda em viagem fora do país, o autor dessas modestas linhas não tem como ficou essa história. Manoel Jorge conseguiu liminar que autoriza a retomada do capeamento das ruas da Velha Januária? Ou, por outra via, o nervosismo que toma conta do ar quente da cidade à medida que se aproxima a temporada eleitoral justifica seguir adiante com a ‘obra mais esperada pela população de Januária’? A conferir.

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