quarta-feira, 6 de abril de 2016

ESPECIALISTAS DE JANAÚBA DEBATEM EM COMISSÃO NA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA A ATUAL POLÍTICA SOBRE DROGAS

TÉCNICOS DEFENDEM PLURALIDADE NO ATENDIMENTO A DEPENDENTES E HÁ RELATO DE CASO DE CRIANÇA DE JAÍBA VICIADA EM DROGAS


BELO HORIZONTE – Especialistas ouvidos nesta terça-feira, dia 5 de abril, pela Comissão de Prevenção e Combate ao Uso de Crack e outras Drogas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) defenderam a pluralidade no atendimento a dependentes químicos, com o uso de dispositivos variados, com o trabalho em rede e a participação da sociedade e de setores distintos do Poder Público. A audiência reuniu representantes de comunidade terapêutica, de conselhos de saúde, saúde mental e política sobre drogas, da Polícia Militar e de outros serviços públicos de Belo Horizonte e do interior de Minas.
Foto Sarah Torres/ALMG
Georgea Paula Vieira Santos Cardoso, monitora de Saúde Mental.
"Vamos dar voz a todas as abordagens que tragam auxílio na questão da dependência química”, afirmou o presidente da comissão e autor do requerimento para a audiência, deputado Antônio Jorge. Segundo ele, a comissão fará uma série de encontros justamente para dar espaço a essa pluralidade na agenda das drogas. Para ele, o momento é de empobrecimento dessa discussão, diante da postura ideológica do Estado e o “assédio” às comunidades terapêuticas, que estão em dificuldades e até encerrando atividades.
Foto Sarah Torres/ALMG
Isabel Mendes da Silva, técnica de Referência da Saúde Mental, representando Gilson Urbano, secretário Municipal de Saúde de Janaúba.
TÉCNICOS COMPARTILHAM EXPERIÊNCIAS DE ATENDIMENTO
Diversas experiências no atendimento aos usuários de droga foram relatadas na audiência. De Janaúba, Norte de Minas, veio a história de José (nome fictício), que começou a usar drogas aos seis anos. Com graves problemas familiares, a criança passou a acompanhar o irmão, traficante, e chegou ao serviço de saúde com dez anos. Além do vício, estava jurado de morte. José mora em Jaíba, mas, por falta de estrutura em sua cidade, foi atendido em Janaúba, que é referência para a região nesse serviço.
Foto Sarah Torres/ALMG
Ethiara Vieira de Macedo (assesora técnica do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais - Cosems-mg), Georgea Paula Vieira Cardoso e Isabel Mendes da Silva, ambas de Janaúba.
Georgea Paula Cardoso, monitora de Saúde Mental da Secretaria de Saúde de Janaúba, contou as dificuldades para o atendimento da criança, que ficou na Unidade de Acolhimento Infanto Juvenil (UAI) por mais de um ano, quando o limite são seis meses. Em novembro de 2015, José foi desligado da rede e, já em Jaíba, acabou voltando para as ruas e para as drogas. Mas em janeiro deste ano ele retornou ao Centro de Atenção Psicossocial Infantil (Capsi) de Janaúba. “A mãe pediu socorro. O ideal é que a família fosse atendida, porque há um forte laço familiar”, observa.
Foto Sarah Torres/ALMG
Representação de Janaúba na reunião da Comissão de Prevenção e Combate ao Uso de Crack e outras Drogas da Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
Isabel Mendes da Silva, técnica de Referência da Saúde Mental também de Janaúba, apresentou o serviço da cidade, que tem, além do UAI e do Caps, tem outros mecanismos, como o consultório de rua, sendo referência para a microrregião da Serra Geral. Porém, segundo ela, toda a rede passa por dificuldades em função da falta de financiamento. “O Caps é mantido com recursos próprios”, exemplificou. Ethiara Vieira de Macedo, assessora técnica do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Minas Gerais (Cosems-MG) confirmou que vários municípios estão arcando com os serviços para ter a rede em funcionamento. (Fonte: ascom ALMG)

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