sexta-feira, 1 de abril de 2016

Operações prenderam 11 integrantes da gestão de Silval Barbosa em MT Além do ex-governador, foram presos secretários e adjuntos, entre outros. Já o ex-secretário de Saúde Pedro Henry foi preso após ação do Mensalão.

26/03/2016
Inquérito diz que Éder Moraes agia em favor de Silval Moraes (Foto: Josi Pettengill/Secom-MT)

O ex-governador Silval Barbosa e o ex-secretário Éder Moraes, presos por força das operações Sodoma e Ararath. Ao fundo, o ex-deputado José Riva, preso na operação Metástase (Foto: Josi Pettengill/Secom-MT)

Cinco operações deflagradas em Mato Grosso desde maio de 2014 foram responsáveis por prender - além do próprio - 11 integrantes da equipe de gestão do ex-governador Silval Barbosa,atualmente preso há mais de seis meses no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC).
Balanço parcial das prisões preventivas decretadas pela Justiça estadual e pela Justiça federal mostra que as investigações das polícias Civil e Federal e do Ministério Público (estadual ou federal) sobre esquemas de corrupção no governo estadual tiveram como alvos integrantes de altos escalões da administração pública, como secretários, adjuntos e assessores, um presidente de autarquia, um procurador e um chefe de gabinete.
Seis dos ex-assessores de Silval Barbosa seguem presos em Cuiabá por força de decisões judiciais. Um outro ex-membro do governo cumpre prisão domiciliar por motivos de saúde.
As investigações que levaram às prisões do ex-governador e dos membros do staff foram as que culminaram nas operações “Ararath”, deflagrada pela Polícia Federal (PF), “Edição Extra”, deflagrada pela Polícia Civil, “Arqueiro”, do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) - vinculado ao Ministério Público (MP), “Sodoma”, da Delegacia Fazendária (Defaz) da Polícia Civil, e “Seven”, do Gaeco. As operações visam combater esquemas de corrupção envolvendo crimes como lavagem de dinheiro, fraude a licitações e extorsão, entre outros. Em alguns casos, ex-membros da equipe foram alvos de mais de uma operação.
Eder Moraes aparece de uniforme e carregando roupas e colchão no Centro de Custódia de Cuiabá. Esta é a terceira prisão do ex-secretário, investigado na operação Ararath. (Foto: Reprodução/TVCA)
Eder Moraes, de uniforme, no Centro de Custódia
de Cuiabá. (Foto: Reprodução/TVCA)
Operações
A primeira dessas operações a prender um ex-secretário de Silval Barbosa foi a Ararath, contra crimes financeiros e lavagem de dinheiro, em maio de 2014. O preso foi Éder Moraes, que já ocupou mais de um cargo no primeiro escalão do governo estadual desde o governo de Blairo Maggi (PR), anterior ao deSilval Barbosa: foi secretário-chefe da Casa Civil, titular da extinta Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa) e secretário de Fazenda, além de comandar a autarquia MT Fomento e o escritório de representação do estado em Brasília.

Depois de maio de 2014, o ex-secretário chegou a ser preso uma segunda vez e posto em liberdade (sendo submetido a monitoramento por tornozeleira eletrônica), mas voltou a ser preso pela PF em dezembro de 2015. O próprio Silval Barbosa também foi investigado na operação Ararath - sua residência foi alvo de mandado de busca e apreensão em maio de 2014, quando ele ainda estava no exercício do mandato. No episódio, ele chegou a receber voz de prisão por porte ilegal de arma.
Ex-primeira-dama do estado e ex-secretária de Assistência Social de Mato Grosso, Roseli Barbosa. (Foto: Reprodução/TVCA)
Ex-primeira-dama do estado, Roseli Barbosa foi
presa em São Paulo (Foto: Reprodução/TVCA)
Já a operação Edição Extra, em dezembro de 2014, foi responsável por prender dois membros da equipe de Silval Barbosa, o assessor especial da extinta Secretaria de Comunicação Elpídio Spiezzi Júnior e o secretário adjunto da Secretaria de Administração (SAD) José Nunes Cordeiro.
Elpídio Spiezzi Júnior já obteve a liberdade. Já Cordeiro, que é coronel da Polícia Militar (PM), também foi investigado e preso nas operações Seven e Sodoma, neste ano. Foi devido a esta última operação que ele se entregou à Polícia Civil no dia 23, poucos dias após a Justiça ter revogado a prisão da operação Seven.
Por sua vez, a operação Arqueiro resultou na prisão da ex-primeira-dama do estado e ex-titular da Secretaria de Trabalho e Assistência Social (Setas) Roseli Barbosa e do ex-chefe da gabinete de Silval Barbosa, Silvio César Correa Araújo, em agosto de 2015. A ex-primeira-dama deixou a prisão uma semana depois, mas o ex-chefe de gabinete (que também foi preso em 2010, na operação Jurupari), permanece preso. Desta vez, a prisão é por mandado expedido na operação Sodoma.
Ex-secretários Pedro Nadaf (à esquerda) e Marcel de Cursi (à direita)- Operação Sodoma (Foto: Reprodução/TVCA)
Os ex-secretários Pedro Nadaf e Marcel de Cursi,
presos em 2015 (Foto: Reprodução/TVCA)
Esta operação, aliás, foi a responsável pelo maior número de prisões de membros da equipe de Silval Barbosa, decretadas pela Sétima Vara Criminal de Cuiabá.
Posteriormente, a operação Sodoma provocou as prisões do ex-procurador do estado Chico Lima, dos ex-secretários de Administração César Zílio e Pedro Elias Domingos e do ex-chefe de gabinete Silvio César Correa Araújo (já mencionado). De todos esses, apenas Zílio obteve a liberdade.
Por fim, a operação Seven também elevou o número de ex-integrantes da gestão de Silval Barbosa presos. Deflagrada em fevereiro, a operação teve cumprimento de mandados de prisão contra o ex-presidente do Instituto de Terras de Mato Grosso (Intermat), Afonso Dalberto e contra pessoas já presas até então, como o ex-governador, Pedro Nadaf e o coronel José Cordeiro. Em tratamento contra um câncer, Dalberto foi posto em prisão domiciliar pela Justiça.
Pedro Henry em Cuiabá (Foto: Reprodução/TVCA)
O ex-secretário estadual de Saúde Pedro Henry
(Foto: Reprodução/TVCA)
Mensalão
O número de ex-secretários de Silval Barbosa presos ainda se elevaria a 12 se fosse contabilizada a prisão do ex-deputado federal pelo PP e ex-titular da Secretaria de Saúde estadual, Pedro Henry.

Henry foi preso após condenação do Supremo Tribunal Federal (STF) na ação penal referente ao esquema do Mensalão. Henry obteve o perdão da pena de sete anos e dois meses de prisão.


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