quarta-feira, 22 de junho de 2016

Ruy Muniz continua no PSB, mas não ocupa mais presidência do partido - Prefeito afastado de Montes Claros era presidente do PSB no Norte de MG. Ele foi preso em operação da PF, realizada em 18 de abril.


O PSB divulgou nota nesta terça-feira (21) afirmando que Ruy Muniz, prefeito afastado de Montes Claros (MG), não é mais presidente do partido no Norte de Minas Gerais. “Qualquer medida quanto à situação definitiva de Ruy Muniz como filiado só será tomada após sentença transitada em julgado na Justiça”, diz a nota enviada pela assessoria de comunicação.
A decisão foi tomada após o parecer da Comissão de Acompanhamento instituída pelo partido para acompanhar as investigações do Ministério Público e da Polícia Federal, que resultaram na detenção e afastamento de Ruy Muniz. Ele é acusado de reter ilegalmente verbas do SUS, que seriam destinadas a quatro hospitais de Montes Claros, para beneficiar em contrapartida o grupo empresarial dele. Atualmente, Muniz está em prisão domiciliar.

A Comissão de Acompanhamento foi instituída em 26 de abril e é formada pelo relator Roberto Dias de Andrade (deputado estadual), Sérgio Lúcio de Almeida (deputado federal) e Ivair de Almeida Cerqueira Neto (prefeito de Conselheiro Lafaiete), além dos três suplentes Wander José Goddard Borges (deputado estadual), Fernando Pereira Gomes Neto (prefeito de Lagoa Santa) e Isaias Silvestre (suplente de deputado federal).

Os membros da comissão tiveram prazo de 30 dias, prorrogados por mais 15, para emitir parecer. Foram analisadas a ameaça às testemunhas, desvio de recursos para favorecer o hospital dele, e retenção dos recursos que deveriam ser repassados para as unidades de saúde.

Em relação à primeira acusação, a nota divulgada pelo partido destaca que não houve constatação de que Muniz ameaçou testemunhas.

“Quanto à segunda acusação, a Comissão de Acompanhamento limitou-se a expressar que haveria, por parte dos dirigentes dos outros hospitais do município, apenas suposições de conduta ilícita advinda das decisões tomadas pelo então prefeito no exercício de seu mandato. Nenhuma evidência substancial foi apontada pelos dirigentes ouvidos pela comitiva”, afirma a nota.

Já sobre a terceira acusação, a Comissão entendeu que os membros não poderiam opinar sobre o tempo, já que o tema é complexo e a competência para julgar a legalidade da operação cabe ao Poder Judiciário.
A assessoria de comunicação do prefeito afastado informou que ele continua filiado ao PSB, com todas as condições para participar das eleições em outubro próximo.
"O prefeito afastado está honrado com a confiança depositada pelo partido, que reafirma a sua crença na Justiça e no completo esclarecimento dos fatos”, diz a nota.
Entenda o caso
Ruy Muniz foi preso dia 18 de abril durante a operação “Máscara da Sanidade II – Sabotadores da Saúde”, um dia após a esposa e deputada federal Raquel Muniz dizer na votação do processo de impeachment que o marido é exemplo para o Brasil.

Na época, a secretária de saúde de Montes Claros, Ana Paula Nascimento, também foi presa na mesma operação. Com o cargo vago desde então, somente no último dia 28 de abril foi designada uma nova gestora para a pasta. Ana Clara Colares, que teve o nome publicado no Diário Oficial do Município como ato de nomeação do prefeito, vai exercer as funções interinamente, como secretária adjunta de saúde.

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