sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Homem usa nome de secretário da Cultura em golpe

25/08/2016 23:24 
Mestre na arte de ludibriar, Gilson Costa de Oliveira, 56, usou o nome do professor e secretário da Cultura, Jorge Portugal, para aplicar golpes em comerciantes de bebidas e alimentos. Segundo a delegada Maria Dail, titular da 6ª DT (Brotas), a informação é que Gilson vinha agindo desde fevereiro e causou um prejuízo na praça de mais de R$ 35 mil. Ele foi preso nesta quinta-feira, 25, por investigadores da 6ª DT, no estacionamento da Perini da Vasco da Gama, após denúncias. "Ele ligava para as vítimas e se passava por Jorge Portugal. Falava que estava precisando de algumas bebidas, cervejas, uísques, para uma festa. Pagava um carreto para ir buscar e pedia para deixar as bebidas em um determinado lugar, na rua", contou a delegada. Uma das últimas vítimas de Gilson foi um comerciante de 61 anos, dono de depósito de bebibas em Brotas. Ele forneceu 500 pacotes de cerveja em lata, 35 de refrigerante em lata, cinco garrafas de uísque Red Label e uma vodka Orloff para uma suposta festa do Dia dos Pais que aconteceria no Quartel do Exército, em Amaralina . "Acabei de vir do banco. Fui lá para pegar um empréstimo de R$ 15 mil. Ele me ligou e disse: 'Oi, querido! Tudo bem, querido?' A voz é identica, não desconfiei, minha filha. Pela crise que estamos passando, o negócio [depósito] é pequeno. Uma compra dessas, a gente se empolga", justificou o senhor, afirmando que o suspeito lhe deixou uma despesa de mais de R$ 14 mil. "Ele não sabe o prejuízo que me deu. Até minha mulher se separo u de mim", lamentou. O comerciante de Brotas afirmou que, na negociação, Gilson depositou em sua conta dois cheques sem fundo no valor de R$ 2 mil cada. "Ele me ligou dia 6, 7 e 8 [agosto]. Na terça, me ligou de novo e pediu mais 500 pacotes, só não liberei porque foi minha folga. Fiquei esperando o cheque compensar", lembrou o senhor, que só percebeu o golpe dias depois. Ele acrescentou que Gilson também aplicou o golpe em Cira do Acarajé [baiana com ponto em Itapuã]. "Coincidentemente, o fornecedor de Cira é o mesmo meu. Ele me contou que ele [Gilson] pediu 500 pacotes de latão Skol e 500 acarajés. Lá foi mais de R$ 20 mil". A delegada Maria Dail disse que o suspeito já era procurado desde fevereiro, quando conseguiu adiquirir 12 garrafas de uísque 12 anos, na Carballo Faro Import, do ex-proprietário da Perini. Ela não soube informar o valor do prejuízo. Em 2010, Gilson já havia aplicado esse mesmo golpe na praça. Na época, ele se passava pelo tenente-coronel da PM José Jorge Nascimento, o então comandante do 18º Batalhão do Pelourinho. "Foi o mesmo modus operandi [forma de agir]. Ele ligou para um comerciante e disse que precisava de bebidas para o aniversário de 15 anos da filha", revelou um policial, sob anonimato. Segundo a delegada da 6ª DT (Brotas), Maria Dail, Gilson já responde a dez inquéritos por estelionato. Ele já foi preso em 2002, 2004, 2005, 2008 e 2013. A delegada afirmou que ainda não tem a confirmação se Cira realmente foi vítima dele. "Estamos procurando ver se tem outras vítimas. Vamos intimar ela [Cira]. Já falei com o Depom [Departemento de Polícia Metropolitana] para ver outras unidades", disse a titular. A reportagem tentou falar com o secretário Jorge Portugal e com a baiana Cira, mas não obteve êxito.

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