sábado, 7 de janeiro de 2017

CAIXA PRETA: Eleição no SAMU sob suspeita





Direção do Cisrun se recusa a divulgar lista de quem pode votar

Há seis dias da eleição do novo presidente e diretoria do Consórcio Intermunicipal de Saúde da Rede de Emergência do Norte de Minas – Cisrum/SAMU, a diretoria da instituição se recusa a fornecer a lista dos prefeitos que estão aptos a votar no pleito que será realizado no dia 12 de janeiro, próxima quinta-feira. Por determinação do atual presidente, o ex-prefeito de São Francisco, Luiz Rocha Neto, de São Francisco, ligado ao deputado estadual Paulo Guedes (PT), a diretora executiva do Cisrun, advogada Keli Cristina de Moura Lacerda, se recursou a fornecer a relação dos municípios que estão aptos a votar nesta data, assim como a relação dos municípios em débito e o valor dos mesmos. Nesta sexta, dia 6 de janeiro, foi o último dia para que os municípios em débito quitassem suas dívidas para se tornarem aptos a votar. Existe a informação de que um ex-prefeito interessado no processo se propôs a pagar do próprio bolso o débito de alguns municípios para influir no resultado.

Em comunicado oficial, em resposta a uma solicitação do pré-candidato de oposição, Sebastião Chaves de Medeiros, prefeito de Pedras de Maria da Cruz, a diretora diz que a relação só seria disponibilizada no dia 9, segunda-feira, prazo final para a inscrição das chapas que vão disputar a eleição de quinta-feira. “Sem a certeza de quem pode participar da eleição e sem saber a situação real dos municípios em débito fica complicado formar uma chapa com 22 integrantes e registra-la até segunda-feira”, reclama o pré-candidato, que, no entanto, já possui a grande maioria dos nomes para a composição. O receio é que algum nome de prefeito inscrito na chapa seja considerado inadimplente na lista oficial que será divulgada no mesmo dia em que se encerra o prazo para a inscrição.

Comandada pelo grupo político ligado ao deputado Paulo Guedes, a atual diretoria tem como pré-candidato o prefeito de Porteirinha, Silvanei Batista Santos, que conta ainda com o apoio do ex-prefeito de Pirapora, Warmilon Braga, e do deputado Gil Pereira. A atual administração do SAMU é acusada de diversas irregularidades como má gestão, desvio de recursos e inchamento da estrutura de funcionários, com a suspeita da existência de funcionários fantasmas. Neste final de ano houve atrasos nos pagamentos de salários e do 13º. A suspeita é que existam no órgão mais de 200 funcionários contratados sem concurso, grande parte por indicação política. A Presidente da Associação dos Servidores do Samu Macro Norte (SindSamu), enfermeira Linda Márcia Freitas, denunciou que “os recursos humanos vêm sendo preteridos em detrimento de questões políticas, desqualificando o serviço, que, hoje, é o pior avaliado em termos de qualificação, treinamento e remuneração entre os sete Samu’s regionais do Estado”. O sucateamento de equipamentos e ambulância também foi denunciado.

MINISTÉRIO PÚBLICO INVESTIGA ATUAL GESTÃO

A situação do Samu Macro Norte também foi denunciada pelos funcionários em audiência da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas gerais, que solicitou providências ao Ministério Público. Todas estas denúncias fizeram com que o procurador coordenador do Centro de Apoio Operacional das Promotorias de Justiça de Defesa da Saúde – CAOSAÙDE, Gilmar de Assis, determinasse ao Ministério Público de Montes Claros, através do promotor Rodrigo Wellerson Guedes, que abrisse investigação sobre a conduta da atual diretoria. Uma das possibilidades mais cogitadas é a intervenção no Cisrun Macro-Norte, que atualmente responde a vários processos e investigações nas justiças comum e trabalhista.

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