- O Ministério Público de Minas Gerais decidiu analisar por qual motivo Montes Claros decretou a calamidade financeira e a causa dessa situação, principalmente se ocorreu alguma irregularidade. O anúncio foi realizado pelo promotor Felipe Gustavo Gonçalves Caires, da Curadoria do Patrimônio Público, durante audiência realizada na Câmara Municipal. Ele deu um puxão de orelha de forma discreta nos ex-prefeitos Ruy Muniz e José Vicente, além do atual prefeito Humberto Souto e nos vereadores do mandato anterior e os atuais, pedindo que cumpram sua função de fiscais do dinheiro público, sem se envolverem em questões políticas. Recomendou que a Prefeitura dê prioridade ao pagamento dos menores salários, além de resolver a questão da contratação dos servidores que estão sendo reconduzidos, mas sem documentos assinados.
Audiência pública
A audiência pública para discutir a situação financeira e o atraso nos salários demonstrou a fragilidade do prefeito Humberto Souto na Câmara Municipal, pois como ele não tem base de sustentação foi muito atacado pelo atraso no pagamento, principalmente pelos vereadores mais antigos. Somente três vereadores o defenderam, repassando a situação para os ex-prefeitos Ruy Muniz e José Vicente. O promotor Felipe Caires explicou que foi acionado por grupo de servidores e abriu investigação sobre o atraso nos salários e ainda da situação financeira. Ele quer saber a realidade e os fatores que causaram essa situação. Lamentou o não funcionamento do Portal da Transparência para saber a aplicação dos recursos públicos, pois esse é um mecanismo que combate a corrupção.
Sobre as denúncias que no final do ano passado, a Prefeitura contratou vários comissionados, o promotor Felipe Caires esclarece que será investigado se ocorreu e se isso ocorreu para permitir uma rescisão maior dessas pessoas e os responsáveis serão punidos. Nos casos dos fantasmas, que recebiam sem trabalhar, ele lembrou que isso é um insulto a todos, quando Montes Claros sequer consegue pagar a quem trabalhou e por isso fez apelo para serem denunciados os casos, de forma sigilosa, permitindo que o Ministério Público tome providências. O promotor pediu ao atual prefeito Humberto Souto que corrija a situação denunciada, de que servidores demitidos no dia 31 de dezembro foram recontratados, mas sem assinar o contrato.
Ainda na sua conversa, Felipe Caires reforçou a necessidade de ser realizado concurso público, redução do número de comissionados e contratados. Na sua concepção é inaceitável que uma cidade do porte de Montes Claros, com 400 mil habitantes, tenha 12 mil servidores, por isso, a importância de reduzir a quantidade, para economizar os recursos. Por isso, o apelo para o prefeito Humberto Soutorealizar o concurso público. Nos casos dos comissionados, o promotor lembra que “existia muitos caciques para poucos índios”. Por sinal, lembrou que a Prefeitura receberá recursos do IPVA, IPTU e das concessões onerosas do transporte coletivo e Copasa, podendo contar com alívio financeiro.
Jornal Gazeta
http://emcimadanoticia.com/index.php/noticias-locais/4075-legado-de-ruy-muniz.html
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