Testemunhas já começaram a ser ouvidas pela Polícia Civil no inquérito que apura agressões sofridas por um garoto de 10 anos, que é autista, dentro de uma escola onde ele estuda em Venda Nova, Belo Horizonte. A mãe do estudante afirma que o agressor seria um monitor da instituição de ensino. Vídeos divulgados por ela mostram a violência sofrida pelo filho. A vítima já passou por exame de corpo de delito.
De acordo com a Polícia Civil, o caso está sendo investigado pela delegada Ana Patrícia Ferreira Franca, que já ouviu algumas testemunhas. Como o caso é sigiloso por envolver vulnerável, não serão fornecidos mais detalhes sobre a investigação. O resultado do exame de corpo de delito ainda não foi divulgado.
O caso foi denunciada pela mãe do garoto. A criança estuda na escola municipal, que fica no Bairro Piratininga, há dois anos. A mãe trabalha e o menino fica na instituição em período integral, onde era acompanhado por dois monitores em turnos diferentes. O aluno apareceu ferido pela primeira vez em dezembro. “No ano passado, ele começou a chegar em casa machucado. Eles falaram que ele caiu, quebrou um dente, que o rosto dele estava machucado”, explica. Na época, ela registrou um boletim de ocorrência por causa dos ferimentos. Com o retorno às aulas, no início deste ano, o menino voltou a aparecer com hematomas pelo corpo. A mãe reclamava. “Não socorreram, nunca levaram ao médico. Eles limpavam, colocavam gelo”, diz a mulher.
No início deste mês, veio a confirmação. “Uma pessoa filmou e passou para mim. Era durante as aulas de informática, era o horário da inclusão. O professor de apoio que agredia ele. O vídeo chegou no dia 1º de agosto”, conta a mãe. São diversas imagens que mostram o homem puxando as orelhas e o nariz do menino, que chora. Em determinado momento, ele se arrasta pelo chão até perto de outras crianças, mas é retirado à força pelo monitor e colocado em uma cadeira. O agressor diz que o menino “destrói tudo”, manda que ele fique quieto e o ameaça falando de uma injeção. Uma foto também encaminhada a mãe mostra o menino sentado no chão e amarrado.
A mãe da criança contou que registrou um novo boletim de ocorrência e acionou advogados. Entre o lamento e a revolta, ela quer que os responsáveis sejam punidos, até para evitar que outras crianças passem por isso. “Eu quero justiça, porque não pode acontecer o que aconteceu com o meu filho”, enfatiza.
Processo
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