Escuta. Justiça não permitiu monitoramento de ligações de quadrilha que agiu em Santa Margarida
Os roubos violentos a caixas eletrônicos, chamados pela polícia de “novo cangaço”, são a maior preocupação na área de segurança pública em Minas Gerais, de acordo com o comandante geral da Polícia Militar de Minas, Helbert Figueiró. Sexta (11), ele apresentou os dados de criminalidade no Estado relativos ao primeiro semestre deste ano e afirmou também que a chegada de bandidos do Rio de Janeiro provoca apreensão.
O temor é que, com a presença da Força Nacional no Estado vizinho, os criminosos cruzem a divisa para atuar em Minas Gerais. Por isso, a PM começou nesta semana uma operação em 21 pontos de interseção na divisa dos dois Estados. Por questões estratégicas, os locais ou outros detalhes da operação não são revelados. “Hoje, a segurança precisa de monitoramento constante”, disse Figueiró.
Em relação aos ataques a caixas eletrônicos, ele afirmou que embora o índice desse tipo de ocorrência tenha caído 34% na comparação de janeiro a junho de 2017 com o ano anterior – foram 127 casos em 2016 e 83 no mesmo período deste ano –, a PM diz que os casos ficaram mais violentos. “Eles estão atuando de forma mais organizada, em número maior, com um tipo de atuação voltada para intimidar a PM”, afirma Figueiró. Para enfrentar esse tipo de criminoso, a PM está fazendo mapeamento das quadrilhas em conjunto com as polícias de Estados que fazem divisa com Minas.
A maioria dos roubos aos equipamentos acontece em cidades do interior, levando terror, medo e insegurança aos moradores. “A gente identifica essa interiorização do crime nos pequenos municípios”, disse Figueiró. Ele informou que dos 1.900 soldados da última formatura em abril, 1.800 foram para cidades do interior.
Em setembro, segundo ele, novos policiais vão completar o efetivo onde estiver faltando. “Talvez esse baixo efetivo nos municípios tenha levado os criminosos a enxergar nessas pequenas cidades a oportunidade para a prática de delitos”, afirmou Figueiró, que admite “certo desequilíbrio na articulação do efetivo”.
Mesmo com reforço do efetivo, não foi possível evitar, por exemplo, o ataque que resultou nas mortes de um militar e um vigilante, no mês passado, em Santa Margarida, na Zona da Mata. Segundo o coronel, a quadrilha já tinha sido identificada pela Polícia Civil e durante um ano e meio o delegado tentou autorização judicial para fazer interceptação telefônica. O pedido foi negado três vezes pela Justiça. “Talvez, se a gente tivesse conseguido, teria prevenido aquele delito”, disse. O Tribunal de Justiça de Minas (TJMG) vai apurar a denúncia.
NÚMEROS DA CRIMINALIDADE
Drogas. O número de ocorrências de apreensões de drogas cresceu 13% este ano, com 6.000 registros em Minas. Na capital, o aumento foi de 26%.
Armas. Cerca de 12 mil armas foram retiradas de circulação no Estado. A apreensão de réplicas pela PM aumentou 12,9% em Minas e 17,6% em BH.
Suspeitos. As polícias Civil e Militar e os Bombeiros conduziram mais de 158 mil suspeitos, aumento de 1,38% em relação ao primeiro semestre de 2016.
Reincidência. Do total de presos ou apreendidos este ano, voltaram para as ruas 9.026 no Estado e 1.271 em BH. Todos cometeram crimes de novo, até 16 vezes.
http://www.otempo.com.br/cidades/novo-canga%C3%A7o-%C3%A9-a-maior-preocupa%C3%A7%C3%A3o-da-pm-em-minas-1.1507951
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