quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Polícia Civil investiga estelionatária de Bocaiuva que sobrevive dando golpes somados em mais de R$ 10 mil


Imagem Ilustrativa/Fonte: Internet













As redes sociais são um grande auxílio para facilitar a comunicação e também são usadas como um meio mais fácil de expor produtos a venda, mas algumas pessoas aproveitam da facilidade de se criar perfis para aplicar golpes, como o caso de uma mulher que tem dado dor de cabeça a quem compra ou vende produtos com ela na cidade de Bocaiuva.
Em alguns momentos ela pode chegar se identificando como “Pri Felipe” por meio do facebook. Já em outros ela pode dizer que se chama Jane, Priscila ou quem sabe Natália? São tantos nomes utilizados por ela que fica difícil identificar o verdadeiro nome da golpista que no final de tantos se chama Jane Priscila.
A estelionatária já é uma velha conhecida no meio policial e, segundo o delegado da Polícia Civil Leonardo dos Santos Diniz, é perigosa.
“Ela é terrível, instauramos um inquérito contra ela em janeiro deste ano pelo mesmo crime e ela só não foi presa porque estava grávida, na época ela vendia maquiagens e as pessoas depositavam e ela não entregava o produto. Esta semana assim que tomamos ciência dos fatos, instauramos um novo inquérito. Ela muda de nome constantemente de acordo com o golpe que vai aplicar e onde”, explica o delegado.
A Polícia Militar informou que já registrou inúmeras ocorrências contra a mulher e que este é o assunto que mais se comenta na cidade.
Prejuízo
São tantos os golpes que ainda não se sabe quantas pessoas tiveram a infelicidade de encontrarem a golpista virtualmente ou pessoalmente.
“Não temos uma noção de quantas pessoas, mas acreditamos que no total os prejuízos causados pelos golpes praticados por ela somam mais de R$10 mil. Ela é profissional, vive disso, começou com as maquiagens e sabemos que hoje vende produtos infantis”, explicou o delegado Leonardo Diniz.
Vítimas
Embora more em Bocaiuva, a mulher não se contenta em praticar golpes apenas na cidade e faz vítimas também em outros municípios como em Montes Claros.
Lilian Francine de Moura, de 38 anos, é uma das pessoas que caiu na lábia da estelionatária. Segundo ela, tudo começou com uma bota.
“Uma moça fez uma publicação em um brexó procurando uma bota e eu tinha o modelo que ela procurava, então comentei e disse que quem tivesse interesse me chamasse no número do whatsapp que deixei. A moça golpista me chamou e disse que tinha interesse e me pediu foto”, disse a vítima.
Lilian conta que em nenhum momento pensou que seria um golpe.
“Ela me disse que não morava em Montes Claros e sim em Bocaiuva. Questionei como faria para entregar e ela disse que mandaria um táxi buscar e depositaria o dinheiro. A mulher chegou a dizer que não iria mandar o dinheiro porque já foi vítima de roubo e não confiava em taxistas, não pensei que seria um golpe”, desabafou a vítima.
Lilian não imaginava que a dor de cabeça estava apenas começando.
“Ela me pediu o número da conta e eu passei, no outro dia por volta de 11h30 ela me ligou dizendo que estava indo efetuar o depósito e que entrava em contato mandando o comprovante, logo depois ela mandou a foto dizendo que o tal taxista iria buzinar, mas foi muito rápido, quando li a mensagem o taxista já estava na porta esperando. Eu pedi o comprovante e ela mandou um pedaço dele apenas no valor de R$120. Nessa hora eu não desconfiei e pedi uma pessoa para entregar a bota e quando passaram vinte minutos eu pedi para ela mandar o comprovante inteiro”, detalha Lilian.
A vítima não foi atendida e a golpista alegou que estava com um bebê no colo que chorava muito e não tinha como mandar. Ela chegou a enviar áudios de uma criança chorando.
“Eu liguei no banco e vi que não tinha caído e falei com ela. A mulher me mandou áudios dizendo que não era caloteira e já a noite alegou que não tinha recebido a bota”, conta a vítima.
Lilian, porém foi esperta e sabendo que a mulher era de Bocaiuva começou a sondar os grupos de brexós da região.
“Passou dois dias ela tinha vendido a bota e a outra pessoa já estava revendendo, eu descobri porque fiquei olhando os brexós para ver se tinha alguma notícia dela”, completa.
Lilian teve certeza do golpe a partir de uma coincidência.
“A pessoa que estava vendendo a bota é conhecida do meu cunhado e então consegui falar com ela que confirmou que comprou a bota na mão dessa mulher. A que estava vendendo chegou a dizer que poderíamos ir a Bocaiuva para ir até a casa da mulher, mas antes de chegar na cidade ela disse que não nos encontraria mais,  não sei se por medo ou por ameaça”, conta Lilian.
A vítima, porém não desistiu e procurou a delegacia de Bocaiuva.
“Lá os policiais me levaram até o endereço passado por ela, mas o endereço também era falso assim como o nome e ficou por isso mesmo, mas resolvi criar o grupo e apareceram várias vítimas”, desabafa Lilian.
Grupo
E se as redes sociais facilitam a comunicação, as vítimas aproveitaram o recurso e criaram o grupo no whatsapp somente de quem foi vítima da mulher. 
Chamado de “Vítimas da Golpista” o grupo conta com 21 mulheres e, por incrível que pareça, a própria estelionatária fazia parte do grupo onde as mulheres faziam questionamentos a ela, mas sem ter retorno.
Entre as histórias divulgadas no grupo está a de Wivian Duarte Parada.
“Em novembro de 2015 ela me vendeu uma antena como sendo oi livre, mas na verdade não era e um dia depois foi bloqueada e assim começou as mentiras, ela sempre inventando algo, chegou a passar um CPF que não existe e alega que preciso ligar na oi, mas sempre é uma desculpa esfarrapada para devolver o dinheiro”, desabafou.
Outra mulher vítima da golpista conversou com o Webterra, mas pediu para não ser identificada por medo de ameças.
“Eu fiz um mega hair nela,quando estava quase terminando ,faltando umas quatro mechas ela deu de ir na casa dela dar remédio ao filho ,falou que o dinheiro estava na bolsa e que iria deixar a bolsa em minha casa. A mulher disse também que voltaria para pagar e pegar a bolsa, mas o tempo passou nada dela voltar,quando olhei dentro da bolsa velha ,só tinha jornal e nada de dinheiro. Eu fui na casa dela cobrei várias vezes sem sucesso”, detalha.
Acusada
O Portal de Notícias Webterra ligou para a acusada de cometer os crimes, a voz doce que esconde uma estelionatária disse o seguinte: “Isto está me causando uma grande dor de cabeça, mas já estou resolvendo tudo e é só isso que tenho para falar”, em seguida ela desligou o telefone e não atendeu mais.
Prisão
Quem sofre com dor de cabeça são as vítimas que desejam ansiosamente que a mulher pague pelos crimes que cometeu.
“Até hoje ela insiste em dizer que pagou e que vai mandar o comprovante, ainda espero”, disse Lilian.
A vontade das vítimas pode estar perto de se realizada.
“Já foi instaurado o segundo inquérito, mas não pedi prisão dela, pretendemos pedir assim que as investigações foram concluídas, acredito que em 30 dias, o tempo de ouvir todas as vítimas”, disse o delegado da Polícia Civil, Leonardo Diniz.
Nem todas as vítimas fizeram boletim de ocorrência e a polícia acredita que o número seja bem maior.
“A iniciativa do grupo é muito válida, mas é necessário que todas as vítimas procurem a delegacia, mesmo não sendo da cidade de Bocaiuva procurem o local onde morem, a Polícia Civil está trabalhando no caso e precisamos da colaboração de todos, denunciem”, pede o delegado.
No último final de semana a acusada foi vista vendendo um carrinho de bebê nas redes sociais.

http://webterra.com.br/noticia/12242/policia-civil-investiga-estelionataria-de-bocaiuva-que-sobrevive-dando-golpes-somados-em-mais-de-r-10-mil

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