terça-feira, 5 de setembro de 2017

Prefeitos discutem liberação de obras da adutora do Pacuí


Samuel Leite Caetano, do CAA, ameaçou não deixar
a obra ser iniciada
Os prefeitos dos municípios cortados pelo rio Pacuí se reuniram, ontem de manhã e aceitaram negociar com o Estado e Copasa para permitir a construção da adutora, que puxará água do rio Pacuí por 56 quilômetros para abastecer Montes Claros. A reunião foi realizada na Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams) e contou com a participação do Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas, Sindicato dos Trabalhadores Rurais e empresas publicas, como Emater e Codevasf. Os movimentos sociais até ameaçaram impedir que a obra fosse executada, mas os prefeitos entendem que se é inevitável, que então busque o entendimento. Nessa quarta-feira será elaborada uma proposta de negociação, que no dia 13 será entregue diretamente ao governador Fernando Pimentel.
Nas discussões, Samuel Leite Caetano criticou a forma como a Copasa e o Governo conduziram a obra, sem dialogar com as partes interessadas e, por isso, alertou que se for necessário barrar a obra que está em fase inicial, isso acontecerá, pois os movimentos sociais estão prontos para essa situação. Os dados indicam que 7.000 famílias, ou seja, 28.000 pessoas serão afetadas pela retirada da água do Pacuí para ser levada até Montes Claros. O ambientalista Carlos Dayrel, do CAA, apresentou estudo técnico onde seriam necessários R$27 milhões para revitalizar os rios Juramento e Pacuí e propôs que isso fosse colocado nas negociações com o Estado e, inclusive, podem ser captados recursos do Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola.
Ele denunciou que a Copasa se preocupou em preservar o entorno da barragem, mas esqueceu de fazer ações nas cabeceiras e nascentes, provocando, com isso, que o rio Juramento ficasse cortado. Outra proposta dele é que seja retirado todo plantio de eucalipto nas duas bacias hidrográficas, pois os estudos indicam que eles consomem em média 578 litros/segundo. Cita que existem trechos onde foram plantados eucaliptos a 50 metros do leito do rio, sendo que existem 8.138 hectares dessa espécie em Juramento. Na área do Pacui, são 27.000 hectares.
O deputado Paulo Guedes reconheceu que faltou habilidade da Copasa nesse assunto, criando esse problema que o Governo agora tem de resolver. Explica que existem opções de trazer água do Pacuí, Jaíba, Jequitaí e Ibiaí ou então de construir uma barragem em Brasília de Minas, orçada em R$ 100 milhões, que aliviaria Montes Claros e outros municípios. Por isso, sugeriu que fosse realizada a negociação, com condicionantes. Ele lamentou que os ambientalistas estivessem preocupando a solução da seca do Norte de Minas, mas impedem os licenciamentos de barragens como Berizal, Congonhas e Jequitaí. O secretário-executivo da Amams, Ronaldo Mota Dias entende que o acordo tem de ser realizado com aquiescência do Ministério Público, pois se Copasa deixar de cumprir, sofrerá punições.
http://www.gazetanortemineira.com.br/noticias/cidade/prefeitos-discutem-liberacao-de-obras-da-adutora-do-pacui-2

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