segunda-feira, 16 de novembro de 2015

JANUÁRIA MG. : SOBREVIRÁ BONANÇA À TEMPESTADE?

Manoel Jorge ensaia guinada nas dificuldades da primeira metade do mandato e pode voltar ao jogo da própria sucessão
 Prefeito Manoel Jorge, retratado pelo chargista Carlos Moreno no divã freudiano do psicólogo e presidente do Conselho Municipal de Saúde, o petista-mor Roges Carvalho: dias melhores virão? 
Nada como um dia após o outro. A máxima vale para o prefeito de Januária, Manoel Jorge (PT), que parece respirar mais aliviado, após aquela metade complicada do primeiro mandato à frente do município. Januária, como é de conhecimento geral, não é para amadores. O município tem dívida consolidada quase do tamanho de um ano inteiro da sua arrecadação e é, de certa maneira, um ente público ‘inadministrável’ – que pensei ser neologismo, mas salvou-me o dicionário Aulete.
Pois bem, o petista Manoel Jorge navegou sobre águas turvas até meados deste ano – acossado por interminável crise na gestão da saúde local, que só refluiu, e mesmo assim timidamente, depois que o governo mineiro interveio no Hospital Municipal. Mas não foi só. O prefeito teve ainda que administrar dívidas de vários tamanhos e origens, além do atraso no pagamento de salários, resultado do inchaço na máquina pública.
De natural já desanimado, o ex-bancário Manoel Jorge pareceu, em certos momentos, que iria sucumbir ante ao peso da responsabilidade de administrar uma cidade sempre à beira do caos. Sem falar que, nesse meio tempo, MJ enfrentou duas tentativas de cassação do mandato pela Câmara Municipal e, por pouco não foi apeado daquele que ainda é o primeiro mandato do petismo local.
Quem espera sempre alcança, diz o bordão popular, e fato é que a administração Manoel Jorge parece ter deixado para trás o difícil começo de raios e trovoadas. Januária deve receber, até o final do ano, repasse do governo estadual, sob o comando do também petista Fernando Pimentel, no valor de R$ 5 milhões. O dinheiro será destinado para obras de calçamento na periferia da cidade.
Há pouco mais de uma semana, o prefeito vestiu seu melhor terno para cerimônia em que a Caixa Econômica Federal assinou a liberação de R$ 3,4 milhões do Fundo Socioambiental Caixa destinado a projetos de caráter social e ambiental através de chamada pública. O dinheiro é a fundo perdido, ou não reembolsável, segundo o jargão do banco estatal. O petista colhe fruto de iniciativa do antecessor, o sumido ex-prefeito Maurílio Arruda.
Os recursos serão utilizados para a construção do Parque Fluvial de Januária, com a contrapartida da doação de terreno de cerca de 30 hectares às margens do Rio São Francisco. Além de recomposição da mata ciliar em parte da orla da cidade, o parque vai receber passarelas e quiosques sobre palafitas, largo da poesia, implantação de infraestrutura esportiva e arena de eventos em frente ao antigo cais, campo de futebol de várzea e demarcação do antigo cais. O projeto deve ficar pronto em dois anos.

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