segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Prefeituras de várias partes do país ganharam destaque na imprensa nos últimos dias após anunciar o cancelamento dos seus carnavais. Decisão difícil para os prefeitos em ano eleitoral, especialmente para aqueles que pretendem disputar novo mandato.

AS ÁGUAS VÃO ROLAR...

NO SEGUNDA, 25 JANEIRO 2016 13:42.
Prefeituras de várias partes do país ganharam destaque na imprensa nos últimos dias após anunciar o cancelamento dos seus carnavais. Decisão difícil para os prefeitos em ano eleitoral, especialmente para aqueles que pretendem disputar novo mandato. Decisão difícil, mas sensata quando se leva em conta as fortes evidências de que 2016 pode ser mais difícil do que o anterior, com possível agravamento da crise financeira que paralisa o país e faz cair as receitas dos municípios.
Tem até caso de prefeito que fez do cancelamento da festa oportunidade para uma demagogia, que também é muito bem-vinda em ano eleitoral, ao prometer usar os recursos economizados com a não realização da festa na compra de ambulâncias, investimento na saúde ou pagar salários atrasados e dívidas com fornecedores.    
Para ficar em dois exemplos mais próximos do leitorado aqui da página, não é essa a percepção, por exemplo, dos prefeitos petistas Manoel Jorge (Januária) e Anastácio Guedes (Manga), que já anunciaram investimentos na folia. No caso de Januária, a festa é realizada em formato parecido com as parcerias público-privadas. Em Manga, todo o custo é bancado pela Prefeitura.
Os prefeitos não divulgam quanto pretendem gastar, mas, pelo histórico dos investimentos em outros carnavais, seria alguma coisa em torno de R$ 650 mil em Januária (dos quais o município entra, nesta edição, com a contrapartida de R$ 150 mil) e R$ 250 mil no caso de Manga. A pressão para que o Carnaval aconteça costuma ser maior do que pelo seu cancelamento. O povo gosta da festa e a vida dura pede mesmo uma pausa para sair da rotina.
Do lado dos prefeitos-candidatos, a festa oferece oportunidade para aproximação com o eleitor-folião – aquele que, por motivos óbvios, é pouco propenso a misturar análise politica com os dias da porra-louquice da festa de Momo. A aposta não deixa de ser arriscada, porque o momento incerto na economia aponta para a necessidade de redução de gastos e linha dura no ajuste de contas.  

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