segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Ex-prefeito de Jaíba MG. pode fazer acordo de delação premiada para explicar ração de papagaio













Preso há quase 60 dias, na véspera do Natal, o ex-prefeito de Jaíba, no extremo Norte de Minas, Enoch Vinicius Campos Lima (PDT) deve fechar, nos próximos dias, acordo de delação premiada com o coordenador da Promotoria de Justiça Regional de Defesa do Patrimônio Público do Norte de Minas, Paulo Márcio da Silva. O ex-secretário de Saúde do município Weverton Silva Dias também teria topado contar aos promotores tudo o que sabe sobre os desmandos que paralisam Jaíba há mais de dois anos.
O ex-prefeito Enoch Campos foi detido pela Rodoviária Federal, em Montes Claros, quando voltava de viagem a Belo Horizonte, em ação complementar à Operação 'Ração de Papagaio', deflagrada em março do ano passado pelo Ministério Público após investigação de pagamentos de propinas em contratos diversos entre a Prefeitura de Jaíba e fornecedores. Outros quatro assessores do prefeito Enoch foram presos na operação do final do ano passado. Os secretários Acir Silva de Oliveira (Planejamento), Weverton Silva Dias (Saúde), o advogado da Prefeitura Hudson Aparecido Pena Arruda, além de Acir Silva, que seria assessor de gabinete.
Os sucessivos fracassos na tentativa de conseguir o relaxamento da prisão após dois meses de detenção parecem ter influído na decisão do ex-prefeito Enoch em contar o que supostamente sabe ao Ministério Público. O prefeito e seus assessores foram detidos porque supostamente teriam tentado ameaçar o empresário Antônio Carlos da Silva, um dos delatores da operação ‘Ração de Papagaio’. Antônio Carlos é dono da empresa Lázaro Moisés, que mantinha contratos com a Prefeitura de Jaíba em valores superiores a R$ 8 milhões.
Em depoimento à Justiça, Antônio Carlos contou que chegou a pagar propina no valor de R$ 40 mil para vencer a licitação. O que Enoch pode contar ao promotor Paulo Márcio é a forma como esse dinheiro foi compartilhado com alguns vereadores. Toda acordo de delação premiada precisa passar pela homologação de um juiz, que vai estipular os benefícios concedidos aos depoentes.
No caso de Jaíba, se o papagaio Enoch abrir o bico e contar como distribuiu a ração que recebeu da empreiteira Lázaro Moisés há uma boa chance de que a Polícia Federal bater às portas da Câmara Municipal, em nova rodada da crise política e de vergonha que abala Jaíba. Em tempo: a Operação ‘Ração de Papagaio’ recebeu esse nome porque era a forma como agentes públicos se referiam ao pagamento de propinas.

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