quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Montes Claros MG. Médicos especialistas da rede pública retomam greve hoje - Gestão calamitosa

Gestão calamitosa


 No destaque, médicos durante protesto na Câmara Municipal, antes da primeira paralisação, em setembro
Os médicos da rede municipal de saúde de Montes Claros retomam a greve nesta quinta-feira (27), após uma assembleia realizada pela categoria no dia 20 deste mês. O Sindicato dos Médicos do Norte de Minas (Sindmed) argumentou que a nova paralisação foi decidida, depois do descumprimento de vários acordos acertados pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS), em carta de intenções assinada pelo secretário da pasta, Geraldo Edson Souza Guerra, que havia se comprometido com vários pontos reivindicados pelos médicos.
Enquanto a situação entre a Prefeitura e os médicos não se resolver, a população ficará carente de atendimento médico especializado, disponível pelo SUS, nas unidades de saúde administradas pela Prefeitura. Serviços como ortopedia, pediatria, cardiologia, entre outros, estão indisponíveis. Mais de 90 médicos fazem parte do movimento.
Em nota divulgada à imprensa, o presidente do Sindmed, Carlos Eduardo Queiroz, informou que duas situações causaram o descontentamento dos profissionais: “a primeira delas, é que a secretária seguiu descontando valores na folha de pagamento dos médicos. Outro ponto que também causou a insatisfação dos médicos, e que a SMS protocolou um pedido junto ao Ministério Público Estadual, que acompanha o movimento dos médicos, para que os profissionais, servidores da Prefeitura, passem a atender em seus próprios consultórios os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) do município”, diz.
Os profissionais já haviam realizado movimento de greve em setembro, durante oito dias. De acordo com o sindicato, ao longo da primeira paralisação, a Secretaria de Saúde ouviu e protocolou carta ao Sindicato com uma série de intenções, para colocar fim a situação de irregularidades com o serviço médico da rede municipal. Mas, segundo os médicos, os acordos não foram cumpridos.
O Secretário de Saúde do município, Geraldo Edson, afirmou que a posição da classe médica tem caráter político, já que a greve começa nas vésperas das eleições para prefeito de Montes Claros. “Não podemos atender as solicitações dos médicos nesse momento, já que estamos em período eleitoral, e tanto a lei como o Ministério Público (MP) impedem qualquer movimentação nesse sentido”, explicou o secretário.
Entre as reivindicações dos médicos estão a ampliação de infraestrutura de trabalho, permitindo que esses profissionais cumpram sua jornada de maneira integral e recebendo o salário também de forma integral. "O Município de Montes Claros propôs a revisão e devolução desses valores descontados nas folhas de pagamento. No entanto, não cumpriu o acordo”, informou o Sindicato dos Médicos.
Geraldo Edson se defendeu, dizendo que a Prefeitura sempre esteve aberta ao diálogo com a classe médica. “Somos parceiros do diálogo, e estamos disponíveis, permanentemente, para, a partir de negociações, encontrarmos uma solução que não prejudique a população de Montes Claros”, completou.
Segundo o Sindmed, entre as reivindicações apresentadas pelo movimento grevista, a Secretaria de Saúde se comprometeu em atualizar o plano de cargos e salários dos médicos - a ser discutido com o sindicato e posterior apreciação pelo Ministério Público; discutir junto ao Sindmed os critérios de produtividade dos médicos; e, ainda, reconheceu a necessidade de realizar concurso público para provimento de cargos vagos e daqueles que surgirem em função da demanda.
O secretário salientou que os médicos deveriam ser mais compreensivos, e levar em conta que, mesmo com o problema econômico que a cidade enfrenta, foi criada uma comissão para analisar o Plano de Carreira de Cargos e Salários. “Estamos providenciando a ampliação da estrutura física e a compra de equipamentos via licitação. Além disso, estamos negociando individualmente cada caso, mas até agora nenhum médico procurou a secretaria”, falou. (Foto: Ricardo Guimarães)

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