Foto: Marcos Corrêa/PR
Responsável por um dos votos contra a aprovação da reforma trabalhista, o novo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Ronaldo Fonseca, disse ao tomar posse nesta segunda-feira (28) que o governo do presidente Michel Temer será conhecido por ser o mais reformista "desde o advento da nova República". Fonseca foi nomeado discretamente por Temer depois de mais um mês de vacância da pasta, que era comandada pelo ministro Moreira Franco (Minas e Energia) até o início de abril. Sua escolha foi publicada no Diário Oficial na última sexta-feira (25), enquanto o governo concretava todos os esforços para conter a crise de abastecimento provocada pela paralisação de caminhoneiros no país. O novo ministro é deputado federal e comandava a bancada da Assembleia de Deus na Câmara até se tornar membro do Executivo. Depois da posse, Fonseca concedeu entrevista na qual afirmou que dará destaque ao desenvolvimento de ferrovias em sua gestão. Segundo ele, essa será uma prioridade nos próximos seis meses. Segundo ele, esse é um pedido de Temer, que solicitou que ele "olhasse com carinho" para a área. "Entendo que esse é um momento em que o Brasil está querendo discutir esse tema. Esse é um tema que vai, com certeza, pautar esses próximos dias", afirmou. A declaração de Fonseca ocorre em meio a uma crise de abastecimento provocada pela paralisação de caminhoneiros em todo o país, que já se estende pelo oitavo dia, apesar de o governo já ter cedido a diversos pontos da pauta de reivindicações da categoria. O novo ministro fez um discurso elogioso ao governo Temer. "Vossa Excelência, com certeza, passará para a história como presidente reformista que trouxe o Brasil de volta para os trilhos", completou. Sobre sua pasta, a definiu como uma das mais importantes da Esplanada. "Se a Casa Civil da Presidência é o coração do governo, certamente a Secretaria-Geral da Presidência é o pulmão." Ficam sob o comando da Secretaria-Geral o PPI, que cuida de privatizações, e a Secretaria de Comunicação, responsável pela estrutura de publicidade e comunicação do governo.
CURRÍCULO
Eleito pelo Distrito Federal, Fonseca preside a Assembleia de Deus em Taguatinga. Como deputado, foi um dos relatores do estatuto da família, projeto que não prosperou, mas que definia como família apenas a relação entre homem e mulher. Questionado sobre o tema em debate promovido pela TV Câmara, ele defendeu que o texto não poderia ter outra determinação pois seria um descumprimento à Constituição Federal. "Um estatuto não pode divergir de um tema maior, que é a Constituição Federal", justificou. Fonseca votou pela rejeição das denúncias de Temer na Câmara dos Deputados, mas rejeitou a reforma trabalhista -amplamente defendida pelo Executivo- o que lhe rendeu a demissão de um apadrinhado, José Ricardo Marques, que perdeu o cargo de diretor-geral do Arquivo Nacional do Ministério da Justiça. Com informações da Folhapress. (NM)
Nenhum comentário:
Postar um comentário