Eram por volta das 6h30 da manhã, do dia 24 de agosto de 2017, quando uma lancha com 120 pessoas (116 passageiros e 4 tripulantes) virou em Mar Grande. A Cavalo Marinho I tinha deixado o terminal marítimo que fica no município de Vera Cruz, na Ilha de Itaparica, e seguia para Salvador. No momento do acidente, a embarcação estava a aproximadamente 200 metros da costa.
Foram 19 mortos, entre eles um bebê de seis meses, e duas crianças de dois anos. Na época, circulou a informação de que após as buscas, uma adolescente ainda estava desaparecida. Uma queixa sobre o desaparecimento chegou a ser prestada por uma tia da vítima na 24ª Delegacia Territorial (Vera Cruz), que confirmou o embarque da jovem. Procurada pelo BNews, a Polícia Civil esclareceu que até o presente momento não houve nenhuma comprovação do fato.
No próximo mês, quando a tragédia completa um ano, a reportagem questiona autoridades públicas sobre a conclusão das investigações. Ao site, a assessoria do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) informou que uma ação cível tramita na Justiça Estadual, de autoria da promotora Joseane Suzart. No âmbito criminal, o promotor de Justiça Ubirajara Fadigas, de Itaparica, aguarda conclusão do inquérito policial. Os promotores não comentam o assunto.
Também procurada, a assessoria da Polícia Civil detalhou que “o inquérito já havia sido remetido à Justiça e voltou para a delegacia responsável pelo caso, a 24ª Delegacia Territorial (DT/Vera Cruz), para que fossem realizadas novas diligências a pedido do MP”.
Após o acidente, defensores públicos do Estado (DPE) e da União (DPU) fizeram uma força-tarefa e 62 ações em favor das vítimas foram ajuizadas contra a Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (Agerba), Capitania dos Portos, empresa proprietária da lancha, a CL Empreendimentos, e o seu sócio, Lívio Garcia Galvão Júnior, Estado e União. A maior parte dos processos são pedidos de indenização por danos morais e materiais.
A Câmara de Vereadores de Vera Cruz também abriu uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar as responsabilidades sobre o acidente, e discutir melhorias na travessia Salvador-Mar Grande. Até esta semana, o trabalho dos vereadores ainda não tinha sido concluído.
Depois da tragédia, a Agerba disse que faz a devida fiscalização das atividades. A CL Transporte Marítimo lamentou a tragédia e disse ter se solidarizado com as vítimas do acidente. Além disso, informou que a lancha estava "com a documentação regular, estando sua vistoria com prazo de validade até 20/04/2021". A empresa ressaltou que "submete-se diariamente às vistorias da Capitania e seus tripulantes são treinados periodicamente, além de ser fiscalizada diariamente pela Agerba".
Em janeiro deste ano, durante apresentação do inquérito pela Marinha do Brasil foram apontados como responsáveis pelo acidente o engenheiro técnico, o dono da empresa, por negligência, e o comandante da embarcação, por imprudência. O inquérito da Marinha tem quase 1.200 páginas e foi encaminhado para o tribunal marítimo, onde permanece. A Marinha ressaltou também que o lastro da embarcação era formado por pedras. Com o balanço da lancha, as pedras (colocadas após inspeção), que pesavam cerca de 400 quilos, correram para um lado, que somado ao peso dos passageiros ocasionou o inevitável naufrágio.
http://www.vozdabahia.com.br/index/blog/id-317778/tragedia_em_mar_grande_vai_completar_um_ano_e_investigacoes_ainda_nao_foram_concluidas
Nenhum comentário:
Postar um comentário