quinta-feira, 15 de outubro de 2015

MPF-BA entra com ação contra ex-vereador por improbidade administrativa


MPF-BA entra com ação contra ex-vereador por improbidade administrativa
Foto: Reprodução/www.ozildoalves.com.br
O Ministério Público Federal (MPF-BA) em Feira de Santana/BA ajuizou uma ação civil pública com pedido liminar de indisponibilidade de bens por ato de improbidade administrativa contra o ex-vereador de Paulo Afonso (BA) Delmiro Alves de Matos, conhecido como "Delmiro do Bode". O político é acusado de obter ilegalmente financiamentos no valor de R$ 170 mil do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Rural do Nordeste, destinado a pequenos produtores rurais. O programa recebe recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE/Rural). 
De acordo com a ação, a fraude consistia em desviar recursos do FNE/Rural por meio de aliciamento de populares. Os aliciados, pessoas de baixa renda, se passavam por pequenos produtores rurais e entravam com um pedido formal de financiamento junto ao Banco do Nordeste do Brasil (BNB), usando documentos falsos. Segundo o MPF, Henrique Carlos Rabelo Nonato e Kleber Queiroz do Bonfim, engenheiros da Secretaria de Agricultura, Irrigação e reforma Agrária do Estado da Bahia (Seagri), são acusados de falsificar esses documentos que permitiam a concessão de terras aos aliciados, para adquirirem o financiamento do FNE/Rural perante o BNB. 
Com isso, os supostos produtores rurais recebiam títulos de doação das terra e a documentação, referente a essas terras inexistentes, era entregue como garantia hipotecária ao banco no momento da solicitação do empréstimo. 
Também foram acusados de envolvimento no caso Fernando Manoel da Silva, conhecido como “Danda”, assessor de Delmiro, e os supostos produtores rurais Roberto Nunes, Rosilene Gomes da Silva, Luiz Roberto da Silva, Damião Sulino da Silva, Francisco Teixeira de Lima, Damiana da Silva Pereira e Anita Maria de Carvalho.
Como os financiamentos eram concedidos em duas ou mais etapas, após liberação da primeira parcela, outros documentos falsos eram confeccionados pelos engenheiros, que atestavam falsamente que as propriedades estavam sendo usadas para o fim destinado, o que era crucial para a liberação do resto dos valores.
De acordo com o procurador da República Samir Cabus Nachef Júnior, autor da ação, o ex-vereador montou um esquema com o intuito de ludibriar a Administração Pública, contando com o suporte determinante dos engenheiros da Seagri, sem o qual não conseguiria o aval necessário do BNB, para o sucesso no cometimento de suas fraudes.
O MPF-BA pediu que o ex-vereador fosse condenado e sofresse as sanções previstas no art. 12, inciso I da Lei 8.429/92: a perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.

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