Foto: Reprodução/Facebook
Integrantes do terreiro Ilê Axé Torrun Gunan acusam policiais militares de terem invadido o templo religioso, localizado na região da Lagoa da Paixão, no Subúrbio Ferroviário de Salvador, disparado tiros no local e ameaçado filhos de santo. De acordo com eles, os PMs colocaram armas nas cabeças dos candomblecistas durante operação policial na localidade. A situação ocorreu no sábado (27). Durante a ação, um líder religioso do terreiro, o ogã (protetor) Eduardo Machado, chegou a ser preso por desacato e resistência à prisão, e foi solto depois. Nesta terça-feira (30), o terreiro emitiu uma nota de repúdio à situação. O comunicado foi divulgado nas redes sociais, com um vídeo que mostra fotos da situação. "O Ilê Axé Torrun Gunan vem a público manifestar o seu repúdio e denunciar mais um ato de intolerância religiosa, racismo institucional e agressão sofrida, no último sábado, 27, praticados por policiais militares que invadiram o templo religioso dando tiros, agredindo e apontando armas na cabeça dos filhos de santo sob a alegação de que 'damos guarita para marginais da localidade'", diz um trecho do comunicado. O terreiro afirma ainda que os tiros disparados pelos PMs atingiram cômodos do templo. "Dessa vez, sob alegação que estavam em troca de tiros com criminosos e sem qualquer aviso adentraram e atiraram contra o Terreiro, deixando várias marcas de bala nas paredes do barracão e no Quarto de Santo colocando a vida de todos em risco. Por intercessão divina o pior não aconteceu, pois estávamos trabalhando com portas e janelas abertas, como de costume", afirma o comunicado. Em nota, a Polícia Militar informou que instaurou uma sindicância para apurar a situação. De acordo com o comunicado, participaram da ação policiais da Companhia Independente de Policiamento Tático (CIPT/Rondesp BTS) e do Peto da 31ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM). Conforme a PM, os agentes atendiam a uma ocorrência na qual um morador da região havia sido expulso de sua residência por traficantes locais, quando se depararam com indivíduos armados e houve troca de tiros. Durante a ação, segundo a PM, criminosos entraram no terreno do terreiro e os policiais entraram também para perseguí-los. Ainda de acordo com a PM, o líder religioso preso teria desobedecido a ordem para abordagem, apresentou resistência ao negar-se a colocar as mãos na cabeça durante a busca pessoal e desacatou os policiais. Segundo a PM, o religioso já havia sido preso por desacato nos anos de 2004 e 2016. No comunicado divulgado nas redes sociais, o terreiro alega que o ogã estava pedindo respeito ao templo quando foi preso. "Por exigir respeito ao templo sagrado e pedir a retirada dos policiais, o Ogã Eduardo Machado foi preso por desacato e resistência à prisão", diz. (G1 Bahia)
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