
Corpo de Thallyta Barros é velado na casa dos avós em Janaúba
PUBLICADO EM 08/10/17 - 11h12
A pequena Thallyta Vitória de Oliveira Barros, de 4 anos, saiu da creche Gente Inocente, em Janaúba, no Norte de Minas, consciente. "O moço me falou que tirou ela pelo vidro da janela, que ela estava consciente. Aí eu fiquei mais tranquilo", relembra o avô da pequena, o aposentado Geonave José de Barros, de 66 anos.
No hospital, Thallyta ainda conseguiu dizer seu nome para os médicos. "A gente estava com muita esperança, ela não queimou a cabecinha", lamenta a avó da vítima, a dona de casa Neide Dias de Oliveira, de 57 anos.
Neste domingo, os avós só reencontraram a neta no velório da criança, que morreu nesta sexta-feira no Hospital de Pronto-Socorro João XXIII. O caixão foi colocado no meio da sala da casa dos avós, atrás um pano branco na parede simbolizava a paz. Dentro da urna, a família fez questão de atender ao desejo de Thallyta. "Ela só dormia com essa bonequinha (a Emília). Por isso, ela está lá (dentro do caixão)", conta a avó.
Na casa da família, dezenas de pessoas chegavam a todo momento para prestar as últimas homenagens. A mãe da criança, Daniele de Oliveira Barros, de 33 anos, não saiu do lado do caixão. "Ela foi tão boazinha para a creche e agora chega assim, em um caixão", disse desolada.
A pequena tem fama de brincalhona entre os familiares. "Ela quebrava meus óculos, soltava as galinhas, brincava muito comigo", relembra o avô. Já dos objetos da avó, a garotinha preferia ficar com a maquiagem. "Ela quebrava todos os meus batons", diz Neide.
A ida à casa dos avós era constante nos fins de semana e até durante a semana Thallyta passava algum tempo com eles. Outra paixão da pequena era justamente ir para creche. "O dia que não tinha (a aula), ela não gostava", acrescenta a avó.
A ausência da menininha será sentida todos os minutos. "Ele (Damião) não acabou só com a vida da minha neta, acabou com a minha também. Ela era meu xodó. Ele tinha que ter ficado vivo para pagar pelo que fez", lamenta o avô. A revolta da família é grande. A irmã mais velha de Thallyta, Giovanna Oliveira Barros, de 16 anos, ainda não aceitou a morte da irmã. "Ela que ria tirar a menina do caixão, dar banho. Os médicos e psicólogos estiveram aqui, Agora a minha maior preocupação é ela. Eu que a criei, ela me chama de pai", se entristece Barros.
http://www.otempo.com.br/cidades/ela-foi-t%C3%A3o-boazinha-para-a-creche-e-agora-chega-assim-em-um-caix%C3%A3o-1.1529165
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