Gab nasceu para ser um refúgio para usuários que estavam sendo punidos por outras redes sociais por não se adequarem às suas normas de conduta (Divulgação/Divulgação)
7 out 2018, 10h15
A influência das redes sociais na política gerou polêmica nos últimos anos. Não foram raras as vezes em que elas foram acusadas de terem impactado o resultado de votações importantes, como a eleição americana de 2016, quando Donald Trump superou Hillary Clinton, ou a do Brexit, no Reino Unido, no mesmo ano. A reação de especialistas fez com que as maiores, Facebook e Twitter, aplicassem um rígido controle sobre as chamadas “fake news” para tentar mitigar o efeito da desinformação. O auge dessa polêmica aconteceu neste ano, quando o escândalo da Cambridge Analytica fez com que Mark Zuckerberg se expusesse em público para dizer que o Facebook tomaria mais cuidado de ali em diante. No entanto, há quem não queira esse tipo de controle. O efeito colateral foi a criação de redes alternativas que prometem não controlar o fluxo de informação. E uma delas vem crescendo rapidamente no Brasil: é o Gab.ai. É lá que os apoiadores de Jair Bolsonaro (PSL) têm encontrado “liberdade”.
O Gab foi criado em agosto de 2016 e é uma alternativa ao Twitter. Como no microblog mais famoso, há uma limitação de caracteres por publicação – 300 no caso do Gab, enquanto que no Twitter são 280. A lógica é quase a mesma : uso de hashtags, curtidas e repostagens. Segunda a própria rede, são mais de 710 mil usuários cadastrados pelo mundo. E 175 mil deles estão no Brasil – aproximadamente 25%. Tem um motivo para o Brasil ter peso tão grande, segundo Andrew Torba, fundador do Gab: “os brasileiros estão sendo censurados pelas plataformas do Vale do Silício”.
Enquanto Twitter e Facebook nasceram no Vale, próximo a São Francisco, na Califórnia, o Gab nasceu em Austin, no Texas – uma região bem mais conservadora. O motivo para criá-la, diz Torba, foi justamente a política de conduta aplicada pelas duas gigantes. Em 2016, vários membros do movimento americano de direita, denominado Alt-Right (direita alternativa), tiveram suas contas permanentemente suspensas pelo Twitter. “O viés, os dois pesos e o eco ideológico das plataformas do Vale do Silício me motivaram a fundar o Gab”, afirma.
https://veja.abril.com.br/economia/conheca-o-gab-a-rede-social-sem-filtros-que-apoia-bolsonaro/
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