quinta-feira, 4 de julho de 2019

Após propina, policiais investigados em operação emitiam permissão para dirigir a candidatos reprovados em cursos de formação de condutores, diz PC

Delegado responsável pelas investigações detalhou a operação  — Foto: Caio Mourão/Inter TV dos Vales
Delegado responsável pelas investigações detalhou a operação — Foto: Caio Mourão/Inter TV dos Vales

Operação Sinal Vermelho prendeu policial de Nanuque suspeito de fazer parte de rede criminosa acusada de fraudar os cursos em várias cidades; outros três servidores do Detran foram afastados dos cargos.

Um policial civil da cidade de Nanuque está entre os investigados na  Operação Sinal Vermelho , que apura a atuação de rede criminosa que fraudava cursos de formação de condutores em cidades mineiras. O homem, que não teve a idade revelada, foi preso por suspeita de cobrar propina para emitir permissão para dirigir aos candidatos reprovados nos testes de direção; outros três servidores ligados ao Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran) foram afastados dos cargos.

A operação foi desencadeada pelo Departamento de Polícia Civil de Teófilo Otoni na manhã desta quarta-feira (3); a ação foi realizada em oito municípios de Minas Gerais e na cidade de Mucuri (Bahia).

As investigações tiveram início depois da prisão em flagrante de um candidato que fraudou uma prova de legislação em Nanuque, em fevereiro deste ano. Com ele foi apreendida uma cópia do gabarito do exame, que levantou a suspeita do envolvimento de servidores públicos (policias civis) na fraude. De acordo com o delegado responsável pelo caso, Antônio Carlos de Alvarenga, as investigações apontam para a atuação de uma rede criminosa, que trabalha de forma homogênea em todas as cidades envolvidas.

"O processo de fraude começa a partir do aliciamento de candidatos que não passam pelas provas. São falsificados os prontuários reprovados e transferidos para Nanuque, com a autorização de um policial civil. O passo seguinte é conceder a permissão para dirigir mediante pagamento de propina", explica.

Ainda de acordo com o delegado, após a identificação e comprovação dos casos de fraude, as carteiras de habilitação serão anuladas e os envolvidos podem responder por crime de corrupção passiva e ativa, organização criminosa, formação de quadrilha no setor público e lavagem de capital. Outros suspeitos de participação no crime são investigados e o inquérito da PC segue aberto.

Por G1 Vales de Minas Gerais

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