domingo, 20 de outubro de 2019

TERÇA-FEIRA, DIA 22, SERÁ MOSTRADO O RAIO-X DA SITUAÇÃO DO HOSPITAL REGIONAL DE JANAÚBA EM AUDIÊNCIA PÚBLICA


  • Referência em urgência e emergência na Serra Geral, hospital de Janaúba a um passo do colapso e poderá fechar as portas a qualquer momento 
  • Funcionários são quem têm segurado as pontas do Regional, mas a categoria está desmotivada diante dos baixos salários e da falta de depósito do FGTS 
  • Entre falta de materiais e medicamentos, e até falha na escala de plantão médico, Hospital Regional precisa de segurança interna e externa para assegurar a integridade física dos funcionários e pacientes 
  • Instalação elétrica do hospital é antiga e não suporta a demanda exigida para o funcionamento de aparelhos, caso do tomógrafo e outros equipamentos essenciais 
  • Audiência Pública será às 9h de terça-feira, dia 22, no auditório da Apae de Janaúba: reunião aberta e com participação do povo 
Foto Oliveira Júnior
Hospital Regional de Janaúba: em primeiro plano o acesso pelo pronto socorro.

JANAÚBA (por Oliveira Júnior) – Na próxima terça-feira, dia 22 de outubro, às 9h, haverá uma audiência pública sobre a situação administrativa, financeira, técnica e estrutural do Hospital Regional de Janaúba. É bem provável que seja mais um capítulo na história do sistema de saúde hospital deste município e que atende pacientes de comunidades de várias localidades do Norte de Minas e do Sudoeste da Bahia.
Mantido pela Fundação Hospitalar de Janaúba e ligado indiretamente à prefeitura desta cidade, o Hospital Regional é uma referência em urgência e emergência. Contudo, essa unidade há anos se encontra em crise e constantemente a mesma fica literalmente “no CTI”, em situação de colapso devido à falta de recursos financeiros, técnico e estrutural.
A audiência pública será no auditório da Apae, nesta cidade, embora alguns integrantes do Conselho Curador do Regional tenham proposto que essa reunião aberta e com participação pública fosse no Centro Cultural do Sindicato dos Produtores Rurais de Janaúba. O certo é que o raio-x da vida desse hospital não é nada animador e pelo relatório é preciso que haja o chamado choque de gestão nessa unidade de atendimento de urgência e emergência.
Mergulhado em dívidas que se acumulam há anos e com várias mudanças de diretorias em curto espaço de tempo, o Regional ainda se encontra em plena atividade, mesmo em precárias condições, graças à dedicação dos seus funcionários, principalmente dos técnicos, que percebem possivelmente o menor salário da região e sem nenhuma perspectiva de reajuste no salário. Aliado à essa desmotivação, os profissionais ainda deparam com outra situação um tanto preocupante: há quase cinco anos não há registro de depósito com relação ao FGTS.
Apesar de ter modernos equipamentos essenciais no tratamento dos pacientes, o Regional vivencia há meses com a inoperância, por exemplo, do tomógrafo. Até houve conserto desse aparelho. Mas, o tomógrafo não tem funcionado diante de nova inoperância técnica provocada pela precariedade da instalação elétrica no complexo hospital de Janaúba. Para resolver esse problema é necessário um novo sistema da rede de recebimento e de distribuição de energia.
Para poder receber mais recursos financeiros, o Regional deveria aumentar o número de leitos. Isso não seria somente a questão matemática com mais quartos e camas para acomodar pacientes. Independentemente da quantidade de leitos, o funcionamento do Hospital Regional de Janaúba é imprescindível e comprovadamente necessidade de mais recursos governamentais, com aumento ou não do número de leitos. A justificativa é de o município teria que ter, no mínimo, 200 leitos para receber mais dinheiro. Norma chata e fora da realidade. Nem dobrando a atual quantidade de leitos dos dois hospitais, o Regional e o da Fundajan, Janaúba alcançaria essa exigência mínima. Um mero capricho matemático.
Ao longo deste ano não tem sido raro os momentos da falta de materiais e medicamentos no Regional. A crise só não agravou porque algumas lideranças e a população se uniram numa ação solidária para arrecadar recursos – o resultado superou a expectativa e até então tem contribuído para minimizar o drama – com a finalidade justamente em adquirir alimentos para pacientes e acompanhantes, aquisição de medicamentos e materiais essenciais para a assistência médica hospitalar.
Com o histórico de atraso de pagamento salarial entre dois e cinco meses, a direção tem tido dificuldade para manter regularmente a escala de plantão médico e em algumas vezes, sobretudo nos fins de semana, o Hospital Regional fica sem médico plantonista. Essa situação não difere com o quadro dos técnicos. Já alguns meses a equipe técnica atua com número reduzido, no limite. O hospital precisa reduzir gastos? Sim. Porém, às vezes o “corte” de pessoal ocorre justamente em setor que não poderia ser afetado.
Por ser a porta de entrada da saúde, considerando que a maior parte dos atendimentos refere à atenção básica, o Hospital Regional de Janaúba absorve em sua recepção centenas de pessoas diariamente, sendo pacientes, familiares e amigos. Alguns até têm os ânimos exaltados com o que classificam como a demora no atendimento.
Infelizmente tem sido comum casos de furtos de objetos de funcionários e pacientes/acompanhantes por parte de infratores que entram ilegalmente no complexo hospitalar. Há ainda registros de agressões físicas e verbais e ameaças com os funcionários da unidade hospitalar. Diante disso torna-se necessário que a direção do Regional coloque em prática a licitação realizada pela contratação de vigilância com a atuação no serviço de segurança interna e externa para assegurar a integridade física dos funcionários e pacientes.

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