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Fundajan não tinha materiais em UTI na quinta (5) (Foto: Cristina Soares/Arquivo Pessoal)
Por Valdivan Veloso, G1 Grande Minas
O incêndio criminosos cometido pelo vigia de uma creche em Janaúba (MG), na quinta-feira (5), despertou a atenção para a precariedade financeira enfrentada pelos hospitais da cidade. O Hospital Regional e A Fundajan afirmam estar com repasses atrasados pelo Governo Estadual e isso pode levar as unidades a fecharem as portas.Em 2015, médicos do Hospital Regiona fizeram um paralisação reivindicando melhores condições de trabalho. Na acasião, eles denunciaram a falta de estrutura dentro do Hospital para realização dos atendimentos, e afirmavam ainda que os salários estavam atrasadosNo dia da tragédia, a Fundajan não tinha medicamentos em estoques na farmácia da UTI, segundo a farmacêutica Cristina Soares. “A situação está complicada. Quando chegou a mensagem de incêndio em uma creche, todos os funcionários se mobilizaram e começaram a pedir doações, pois poderia ser pior”, afirma.A unidade vive em emergência financeira já há alguns anos, segundo a servidora. “Inclusive, no sábado (7), seria realizado um show beneficente para arrecadar fundos para o hospital. A partir de agora vamos precisar ainda mais da ajuda financeira”.A falta de dinheiro afeta, além de medicamentos e materiais de uso diário, o salário dos servidores, que são quitados sempre em atraso. O diretor clínico da unidade, Hebert Amaral Santos, é um dos exemplos encontrados na Fundajan. Ele trabalha no local há cerca de 10 anos e afirma que está com oito salários atrasados. “Pagam um mês e ficam um tempo sem pagar novamente. Sou responsável pela UTI e continuo porque não posso paralisar. Em todo o tempo que trabalho aqui, os 10 leitos ficam sempre ocupados”.No Hospital Regional não é diferente. Os médicos da unidade estão com dois meses de salário atrasados. “Isso já foi pior. Estiveram com quatro meses e dois foram quitados com uma verba que saiu no valor de R$ 1,2 milhão. Se este dinheiro não tivesse saído, o hospital estaria fechado no dia da tragédia na creche”, explica a diretora Lílian Gonçalves.
Na tarde desta segunda-feira (9), o Hospital Regional prestava atendimento a cerca de 80 pacientes, mas ainda possui alguns materiais em estoques. “Agora, se daqui a 60 dias terei estoque, ou se terei dinheiro para repor, não sei dizer. Estamos com vários recursos retidos pelo governo e esperamos que possa liberar. A alegação do governo é que sempre está sem dinheiro. Toda semana estamos com o pires na mão, pedindo ajuda às secretarias dos municípios vizinhos”, lamenta a diretora.Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) diz que "as instituições Fundação de Assistência Social (Fundajan) e Fundação Hospitalar de Janaúba (Hospital Regional) são contempladas pelos programas Pro-Hosp Incentivo. Ainda com relação ao Hospital Regional de Janaúba, a instituição também é contemplada pelo programa Rede Resposta. Não há atrasos referentes aos repasses aos hospitais".AtaqueOnze pessoas morreram após o vigia Damião Soares dos Santos, de 50 anos, colocar fogo na creche onde trabalhava, em Janaúba, no Norte de Minas Gerais, na manhã de quinta-feira (5). O vigia do Centro Municipal de Educação Infantil Gente Inocente, no Bairro Rio Novo, jogou álcool em crianças e nele mesmo e, em seguida, ateou fogo. No momento do incidente, havia 75 crianças e 17 funcionários na escola.Até a tarde desta segunda, 24 pessoas que estavam hospitalizadas depois do incidente foram liberadas. Nesta tarde, Lucas Gabriel Martins Silva, 4 anos, deixou a Santa Casa de Mones Claros. Outras 23 continuam internadas, sendo que oito estão na Santa Casa, 14 em Belo Horizonte, e 1 no Hospital Universitário. Alguns estão em estado grave e respiram com ajuda de aparelhos.
https://g1.globo.com/mg/grande-minas/noticia/hospitais-de-janauba-sentem-falta-de-repasses-financeiros-atrasados-pelo-governo-estadual.ghtml
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